quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Hoje vai ser com as minhas mal amadas armas curtas.

 


Já muitos me ouviram dizer que não sou propriamente um amante de armas curtas o que não quer dizer que as deteste ou que lhes tenha algum tipo de aversão, no entanto confesso que na minha opinião são otimas armas para umas brincadeiras no quintal e em família, claro que para quem gosta e as leva mais a sério ou melhor, para quem gosta e tem algum jeito com elas o que não é o meu caso, chega mesmo a praticar tiro de precisão e felizmente, muitos até conseguem a 10m fazer com elas, melhor que que com uma carabina. 


O dia estava quente e o meu fiel escudeiro estava à sombra "um tanto" indiferente ao que eu estava a fazer


Estas armas tem para mim dois grandes problemas, o primeiro é a muito menor precisão quando comparadas com as carabinas, e precisão é uma coisa de que gosto muito, digamos que me faz nervos que eu tenha de se ser um gajo bom para conseguir acertar em algo do tamanho de um prato de sopa a 25m, em  segundo é serem armas para atirar de mira aberta onde eu também estou muito longe de conseguir fazer algo de que me possa orgulhar, até posso por sorte fazer um bom tiro mas se o fizer deve-se ao que disse, sorte, pura sorte. Pronto, é isto, aqui ficou a justificação para hoje aparecerem umas pistolas e não as habituais espingardas.

Antes de apresentar os pistolões aqui estão as velocidades de cada um, não sei bem quanto pesam as esferas mas será sempre algo entre 0,36g e 0,40g, já os chumbos são de excelente qualidade e para pistola, pesando 0,45g e contas feitas temos:

Artemis 4,99J

Dan Wesson 2,73J

CZ75 2,40J


As armas que trago hoje têm apenas em comum o facto de todas elas serem cal. 4,5 e de CO2 o que as impede de fazerem tiros a velocidades constantes logo, estão muito longe das armas de desporto não deixando no entanto de ter diferentes pedigree se é que se pode falar de pedigree em armas destes preços o que também fica bem patente nos alvos que vos vou mostrar. Passo então a apresentar cada uma das três, quero no entanto dizer que com qualquer uma delas se podem passar bons momentos.

Começo pela ordem que vem na foto que abre o post avisando desde já que não vou entrar em detalhes muito técnicos já que como disse no início, não sou propriamente amante ou conhecedor deste tipo de armas, como tal enquanto leigo, vou apenas abordar as características óbvias na ótica do atirador lúdico. Começo então pela Artemis CP1-m, estamos na presença de uma arma chinesa, não só por ser construída na China mas também porque a marca é ela também chinesa, com esta arma pretende-se uma iniciação ao tiro desportivo, a coronha é em madeira e como se pode ver pelas fotos com um formato pouco convencional, mais parecido, embora longe das pistolas de desporto, o cano tem de se considerar longo, não é muito frequente que pistolas ou revolveres tenham canos de 8" polegadas e esta têm, das três é também a única com ferrolho que tem de se puxar a cada tiro que se pretende efetuar ou seja, tem um gatilho que só atua em ação simples o que permite menor peso e menor curso ajudando bastante na precisão da arma, já que falo no gatilho, este é um item que já não se encontra de origem, não resisti e dei-lhe uma beneficiação sendo neste momento o melhor dos três aqui apresentados.


As imagens da Artemis e o magazine 




Aqui em modo monotiro



Passemos então ao revolver ASG Dan Wesson, marca dinamarquesa mas fabricado em Taiwan, tal como a Artemis, também este revolver foi construído para disparar chumbos diabolo, curioso o realismo de ter de se introduzir o chumbo num invólucro que se assemelha a uma bala de fogo. Por ser um revolver podemos sempre disparar em ação dupla ou simples, para os que sabem ainda menos que eu, ação dupla é quando ao puxar o gatilho se arma o cão numa primeira ação ou estágio, seguidamente num segundo estágio o cão é libertado efectuando então o dispáro. O Dan Wesson ainda que com um cano mais curto que a Artemis continua a ter um cano de dimensões generosas, 6" polegadas que associadas às estrias e ao tipo de projéctil que permite disparar, agrega também ele uma razoável precisão, devo dizer que para além da precisão, é uma arma bem construída, sólida e com um look bastante apelativo já que se assemelha bastante a um bom revolver de inox S&W 357 Magnum. Como não existe "bela sem senão" acho que o realismo de introduzir os chumbos nas imitações de balas dificultam um pouco o processo de municiar a arma mas também tem a vantagem de sair mais barato atirar com ele, é que ninguém me dá os chumbos ou as botijas de CO2. O outro "senão" é a coronha em polímero, é aqui que se encontra a botija de CO2 que bem podia ter um fecho um pouco mais sólido evitando que se sinta sempre uma ligeira folga ao empunhar a arma, já quanto ao tambor de 6 "balas" considero que está muito bem construído, não apresentado qualquer tipo de folga tendo mesmo um som que é música para os meus ouvidos, som próximo de um revolver real quando este roda para alinhar a munição com o cano, quando puxo o cão parece que estou a ouvir o Colt .45 (Pacemaker) do John Wayne.

As imagens do Dan Wesson




A imitação de bala



Depois de desenroscar a ponta negra, o chumbo é introduzido nesta mesma ponta e enroscada novamente 



O tambor com as balas desmoniciadas



O acesso ao local onde se introduz a botija de 12g de CO2



Por último vem a pistola ASG CZ75 P07, a única que dispára esferas,  esta CZ75 é uma réplica da verdadeira CZ75 mas de CO2 como já disse, esta é uma arma com blowback ou seja, após o dispáro a corrediça recua armando o cão o que a torna numa arma semi automática de ação simples, tal como a original de fogo, fazendo dela uma arma muito realista, para além de ser a menos precisa devido aos projécteis (esferas), é também a menos potente no entanto, para mim, a mais divertida e mais gastadora de botijas e munições, ficam já aquelas que são para mim as principais virtudes e defeitos desta arma o que me leva a achar sem testar que pistola ideal será algo como a ASG CZ75 P-09 ou uma outra marca ou modelo similar, que tenha um cano um pouco maior, dispára chumbos diabolo e um magazine com bastante capacidade e também não muito difícil de moniciar. Não contei ainda a quantidade de tiros que uma botija consegue fazer mas se fizer qualquer coisa em torno de 60 tiros e faz a pesar de como disse não ter contado, é algo bastante aceitável. Mais factos positivos têm a ver com a perigosidade desta arma ser muito reduzida já que a energia se fica por pouco mais de 2J e também tal como numa pistola real, após ser disparado o último projéctil,  a corrediça fica a trás o que faz desta pistola uma réplica muito realista mas pouco perigosa sendo a arma ideal para atirar a latas de conserva ou garrafas de iogurte a distâncias até 10/15m. 


As imagens da CZ75 P-07






É possível ver algumas esferas disparadas a 20m que apenas trespassaram duas placas de cartão, a primeira placa é de uma caixa de corn flakes e a segunda placa um dos lados da caixa de cerveja que se vê na foto

P.s. O único diabolo que se vê foi um que após atravessar os dois cartões,  bateu na pedra que serviu de peso para caixa não voar com o vento

O ensaio já vai longo, penso estar dito o que de mais relevante encontrei nestas três pistolas, mais poderia dizer se este fosse um tipo de arma que eu dominasse bem, como tal e porque estas são armas de puro recreio, fico por aqui o que dá para que se tenha uma ideia do que se esperar quando se pretende comprar uma pistola para brincar no quintal.


Importa referir que as botijas que usei eram todas da mesma marca, foram todas colocadas antes do ensaio e os primeiros 11 tiros de cada arma serviram para a medição da velocidade, apenas disparei nas três o primeiro tiro para o chão, os chumbos usados foram os mesmo na Artemis e no Dan Wesson.


O primeiro alvo está a 10m, mais a trás está uma caixa de cerveja a 20m, ao lado o meu escudeiro Pipo a controlar tudo para que nada falhasse



Não se vê muito bem a fita vermelha e branca mas estava um ventinho que amenizava um pouco a temperatura



Todos os tiros, foram efetuados com as armas apoiadas num saco de arroz por forma a tentar esconder o meu mau jeito




Espero que gostem e que fiquem com uma ideia do que valem estes brinquedos.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Stoeger RX 40

Mais uma pressão d'ar que me emprestaram para eu conhecer e dar a opinião.
O colaborador do logista disse-me que eu ia gostar porque ele próprio já tinha testado e a arma era boa e precisa.
Ok, lá trouxe a arma para casa.
Ao primeiro olhar pode dizer-se que tem uma estética atraente embora a coronha seja em polimero, material de que eu pessoalmente não sou adepto mas para todos aqueles que tal como eu, também não gostam de coronhas de plastico, podem sempre optar pela coronha em madeira que também é disponibilizada pela marca.
Comessemos então pelas características, as relevantes e as outras que completam as relevantes.
Em primeiro lugar esta Stoeger é uma carabina de mola com cano fixo ou seja, não é o cano que se bascula mas sim uma alavanca por baixo deste. Quanto ao sistema de municiamento, este é idêntico ao que se pode encontrar na Weihrauch HW57 ou na Gamo CF20 embora mais bonitinho onde se pode ver um retângulo metálico com um furo no calibre 4,5 neste caso, que sobe no momento em que a alavanca de armar é acionada, após o acionamento da desta, a mola está a armada e podemos retornar à sua posição inicial paralela ao cano restando-nos apenas introduzir o chumbo e carregar o magazine monotiro para baixo até ouvir e sentir um click que nos indica que o chumbo está alinhado com o cano. Como esta Stoeger tem segurança automática, para que se possa efetuar o tiro teremos obviamente de destravar o pesadissimo gatilho que não tem grande afinação, esta patilha de segurança é empurrada para a frente ao bom estilo da Diana ou da Cometa.
O sistema de mira que equipa a arma é em fibra ótica sendo que a alça de mira não me inspira grande confiança por ser de plástico, claro que quem quiser usar mira telescópica pode fazê-lo já que a RX40 vem equipada com trilhos de fixação de 11mm.
O cano vem de origem com o usualmente chamado silenciador que acredito retire algum ruído ao dispáro das springers, a coronha trás uma soleira de borracha habitual em quase todas as carabinas de qualquer outra marca mas que apenas serve para embelezar, mesmo nas carabinas coiçudas como esta, não é o recuo que vai aleijar o ombro, já o peso do gatilho ao fim de uns tiros... 
Sim esta é uma arma bastante coiçuda o que me levou a não montar inicialmente nenhuma das minhas miras telescópicas e experimentar primeiro com mira aberta, depois se agrupar logo se monta a mira telescópica para aferir melhor a precisão deste cano.
Para fazer um teste mais a sério nesta arma, eu deveria em primeiro lugar abrir a arma e limpa-la toda mas como a arma não era minha nem me deram autorização para o fazer não limpei nem mesmo o cano já que com este sistema de municiamento, limpar o cano não é uma tarefa nada fácil de se fazer com a arma montada, como tal os agrupamentos foram feitos com a arma tirada diretamente da caixa.
Para mandar os balazios decidi usar chumbos a dar para o pesadote já que arma está longe de ser das menos potentes, se não agrupar com estes chumbos também não será com os mais leves que o irá fazer, usei então chumbos entre os de peso médio e os mais pesados do calibre 4.5 (.177).
Os chumbos usados e cronografados foram os JSB Heavy, H&N Baracuda e Gamo R10 que deram nesta arma velocidades entre 255 e 264 m/s o que dá com estes chumbos uma potência a rondar os 22/23J.
Quanto ao peso o fabricante anuncia 3 Kg o que verdade seja dita, não é propriamente um peso ideal para esta potência embora esteja dentro dos pesos para as armas deste segmento de preço, o comprimento são 1090mm,  um tamanho mais próximo das carabinas compridas do que das mais curtas, o cano tem 420mm o que também se aceita já que hoje em dia os canos são mais curtos.
Em jeito de conclusão posso dizer que é uma carabina para plinking ou caça a não grandes distâncias e relativamente ágil para o efeito já que se pode considerar leve e não demasiado grande, a precisão sinceramente não posso opinar já que não a pode limpar mas sinceramente não acredito que possa fazer sombra à Gamo CFX que é uma carabina do mesmo segmento e na mesma faixa de preço embora um pouco mais cara.
Como disse não é pesada nem de dimensões demasiado elevadas mas é uma arma dura, muito dura, tirando o peso, para tudo o resto é preciso força, a mola tem demasiada pré compressão logo, é preciso bastante força para bascular a alavanca, para ser sincero usei as duas mãos algumas vezes o que para os menos conhecedores pode dar a entender que é uma arma bastante potente, precisamente ao gosto da maioria dos leigos na matéria,  o magazine também precisa de força para se colocar na posição de tiro, o gatilho idem e com a agravante de ter apenas um estágio, chamar afinação ao parafuso que lá tem só com muito boa vontade se pode fazer. 
Seguem as fotos com os agrupamentos efetuados de mira aberta e a 10m e algumas fotos de pormenor retiradas da net.
Não se pode dizer que esteja aqui um bom review mas dadas as circunstâncias, também não é mais ou menos m/s, mais ou menos milímetro ou grama que vão fazer alguém  optar ou não por esta arma, por norma estas vendem-se mais pela estética do que propriamente pelas caracteristicas técnicas ou pela precisão.





 

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Passagem pelo Cano Articulado 2019

 Em 2019, com a mudança de clube resolvi fazer uma incursão pelo Cano Articulado, como em 2020 devido a esta pandemia que nunca mais está resolvida a FPT não se fez a cerimónia de entrega de prémios e este ano também não como tal, os prémios de 2019 e 2020 foram enviados para os clubes e por isso só agora aqui os revelo, pena que o 5° lugar em Springer Internacional alcançado o ano passado não dê direito a medalha mas fica a alegria de ter alcançado a meta a que me propus e um lugar nada fácil num campeonato com tão bons atiradores.

O Cano Articulado era por onde eu deveria ter começado em 2017 mas não, comecei logo a atirar em Springer Internacional com as feras, talvez por isto, nos meus dois primeiros anos acabei por ganhar uma bagagem que facilitou a conquista dstes 3, chamemos-lhes troféus. Para dizer a verdade, só apenas um me deixou contente, o de Máximo Nacional. Porquê? Porque é um record conseguido em relação a todos os atiradores que já passaram até hoje pelo Cano Articulado, nomeadamente o meu ídolo do FT, Luis Barreiros com quem ainda na última prova do campeonato tive o prazer de atirar, embora em Springer Internacional 16j.

Quem estiver a ler este texto estará porventura a perguntar-se, então o que é que este gajo veio fazer para aqui? Foi só para ganhar isto que afinal nem é assim tão bom? Não, a minha ideia era que o meu novo clube, à boleia destes troféus tentasse trazer mais atiradores para a modalidade e para o próprio clube mas ao que parece, o clube está apenas interessado nas modalidades de 10m, é pena mas é assim.

Em 2019 não abundavam atiradores nesta vertente muito menos a nata do FT português mas também não participavam apenas principiantes, como tal, ser Campeão Nacional não me deixou particularmente feliz. Quanto a Mestre Atirador, já o tinha sido no ano anterior e logo no meu segundo ano e logo em Springer Internacional, nessa vez  sim, fiquei bastante contente porque não foi fácil, muito menos com apenas 2 anos de FT, na altura escrevi aqui um post e só tenho a agradecer o feito de 2018 aquele que me pôs a atirar nesta espetacular modalidade do tiro, aquele que me tem ensinado muito e continua a ensinar e aquele que é hoje o melhor atirador nacional e um dos 4 melhores do mundo, o Luís Barreiros.

O Máximo Nacional já me deixou mais contente, é aquilo a que vulgarmente se chama Record Nacional e é encontrado através das 3 melhores pontuações de todas as provas que fazemos durante uma época, neste caso na de 2019, nesta época consegui também um outro record nacional que embora a Federação Portuguesa de Tiro não tenha criado troféu para ele, não deixa de ser o melhor registo nacional e até agora o também meu melhor registo de acertos numa prova, 39 acertos foi o número, obviamente que não foi conseguido numa prova difícil ou particularmente difícil mas também não tenho grandes dúvidas que noutros anos não tenham já havido provas com o mesmo grau de dificuldade, simplesmente nos últimos anos tem havido uma gigante evolução no FT mas o certo é que até agora, este é o melhor registo e logo com a minha arma favorita, a Weihrauch HW50S e com uma mira que está longe de ser um must no FT, uma simples Hawke Varmint 6-24X44 SF o que só vem provar que não é preciso gastar muito dinheiro para se começar a praticar FT e acertar em muitos alvos.

Ficam as fotos da praxe dos referidos troféus. 










sábado, 23 de janeiro de 2021

Diana 70 review

Conforme disse há ums dias, cá está a Diana 70 do meu amigo António. 
Os que vão acompanhando o bloge sabem  bem que não sou propriamente fã da Diana mas para início de conversa devo desde já dizer que esta pequena me surpreendeu pela positiva, e explico já porquê.
A Diana 70 é basicamente uma pistola de cano articulado mascarada de carabina que foi projetada para crianças até praí aos 8 anos no máximo, uma carabininha para as crianças poderem ter um primeiro contacto com as armas de ar comprimido e esta 70 está precisamente no primeiro patamar do tiro a 10m, a seguir vem a 72 e finalmente a 75 que roubou umas medalhas nos Jogos Olímpicos à minha preferida Feinwerkbau 300.
Esta Diana 70 na verdade é uma pistola mod. 5 numa pequena coronha de carabina  assim como a Diana 72 é uma postola mid. 6 numa coronha de carabina, ambas tinham o mesmo propósito, iniciar os jovens no tiro com carabina a 10m.
Mas voltando à Diana 70, aqui ficam alguns números para melhor se perceber do que estamos a falar.  

1,929 Kg de peso
84 cm de comprimento 
34,6 cm de cano exterior
18 cm de cano real
104.5 m/s com JSB Exact 0.547g
3J de potência

Quando digo que este brinquedinho me surpreendeu pela positiva digo-o porque não estava à espera que esta pistola com aspeto de carabina tivesse a precisão que tem aliás, até acredito que tenha um bocado mais do que vão ver nas fotos, é que não me perdi muito tempo para encontrar o chumbo que ela mais gostasse nem perdi também muito tempo a fazer grupos que fizessem jus ao real valor da arma.
Penso que o que mostrou nos alvos é mais do que suficiente para uma criança de 8 anos.
Os tiros que fiz, fi-los comna arma apoia num saco de arroz. Mesmo para um bom atirador de 10m que não é seguramente o meu caso, é difícil fazer algo melhor do que o que aqui vou mostrar, acreditem que é bem difícil atirar todo encolhido com algo tão leve e esta é também a forma como os putos e graúdos começam a atirar.
O dioptro obviamente não é o mesmo que se pode encontrar numa Diana 75 mas também não é nada de muito diferente, até neste aspeto esta arma é uma escola para futuros atiradores olímpicos.


Muito bonita e com pormenores interessantes como o dioptro e a possibilidade de ajustar o tamanho da coronha, o gatilho também tem ajuste de peso mas ajusta mesmo não é como algumas armas de hoje em dia que apenas lá têm o parafuso apenas para enganar o freguês .



O cronografo está configurado para chumbo mais leve, como tal fiquemos apenas com a velocidade que fez com o JSB Exact.

10m foi a distância a que atirei, não ajustei o dioptro já que ia atirar com vários chumbos e o que interessa é ver como agrupa e não a contagem de pontos.

Estes 4 chumbos não são dos melhores que existem hoje em dia mas são tão bons ou melhores que os que se podiam encontrar na decada de 80 e os melhores naquela altura também não eram para armas como esta.

Não vale a pena medir grupos, já que estes são alvos com as medidas oficiais de C10 o que nos dá perfeita noção do tamanho dos grupos.





Aqui está a base para a Diana 70, o mod. 5



terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Há armas e armas

 Gosto muito mas mesmo muito da minha HW50. Gosto muito da TX200 mas a Feinwerkbau 300 é decididamente a melhor que tenho, aquela que mais prazer me dá ao atirar.
Vamos por partes, a Weihrauch HW50 é como sabem, a minha favorita, a arma em que posso pegar e levar para qualquer lado, para fazer qualquer coisa que se faça com uma pressão de ar, seguramente que vai fazer bem o que tiver que fazer. A TX é sem dúvida uma arma também bastante precisa mas grande e pesada, indicada para desporto, é um Ferrari muito bom para pistas de F1 e auto estradas mas que não se dá bem numa pista de kartings ou dentro da vila. A HW85 é grande e já um bocadinho pesadota, o grande cano não lhe dá a melhor precisão nem a melhor maneabilidade, por ser magnum é bruta no momento do disparo, uma arma que tal como a 50 não é indicada para nada mas que ao contrário da 50, também não se pode dizer que seja boa em alguma coisa. A 50 velhota é por excelência uma arma para plinking, não tem uma precisão ao nível das armas de hoje mas é pequena, pouco potente logo macia de atirar e relativamente precisa para qualquer brincadeira de quintal, basicamente é uma arma para atirar de mira aberta. A Gamo Coyote é uma PCP, excelente relação preço/precisão, o magazine de 10 tiros torna a coisa fácil quando não sabemos o que havemos de fazer a tanto chumbo, tem potência para não ser preciso dar grandes voltas à cabeça quando não sabemos muito bem a que distancia está o alvo mas preciso andar com botijas de ar às costas de um lado para o outro e quando acaba o ar, acabam os tiros. A outra Gamo, a Gamatic, é uma arma de plinking, com esta não precisamos de pensar que chumbos vamos usar desde que não sejam mais compridos que o JSB Express, até BB's se podem meter no magazine, a Gamatic é basicamente uma excelente pistola de ar comprimido mas um pouco mais potente e bem mais precisa que a maioria das pistolas no entanto não é a arma mais indicada para alvos distates ou pequenos, são 5 ou 6J, já nem me lembro, que quando disparados contra tábuas acabam por ser devolvidos ao atirador.  
A Feinwerkbau 300 é outra loiça, é uma pura arma de competição de 10m, esta senhora é uma clássica de ponta a ponta, pesada, pouca potência, um gatilho de sonho e um cano simplesmente eapetacular, a arma com o melhor cano que tenho com toda a certeza, num dia sem vento e com uma boa mira em cima, facilmente faz corar de vergonha a TX 200 ainda que o alvo esteja a 50m. É impressionante a facilidade com que se consegue acertar naquilo que queremos, MAS, há sempre uma MAS, não é leve, não é pequena, não é sequer de média potência, logo nunca podia ser uma arma polivalente como a 50, no entanto meter-lhe uma mira telescópica em cima, apoiar num saco de arroz e acertar onde se aponta, é a coisa mais facil deste mundo, e como já disse, é arma para acertar os tiros todos numa carica que esteja a 50m desde que não esteja vento volto a repetir, esta é uma das suas limitações, a outra é atirar a alvos que se encontrem em inclinações positivas, quaisquer 10/15° são chatos para esta arma que no seu excelente mecanismo tem um trenó onde desliza assim que faz o disparo mas, agora vem o outro MAS, o seu excelente cano, o seu excelente gatilho, sim o gatilho da Fein. 300 é melhor que qualquer um dos gatilhos dos gatilhos das Weihrach cá de casa, a juntar a tudo isto temos uma excelente coronha de nogueira que faz as delicias de qualquer atirador.
Hoje meti-lhe em cima uma mira muito básica, uma Hawke 4X32 para fazer uns tiritos no quintal e é impressionante a doçura desta arma e a facilidade com que se metem os tiros onde quero sem ter de estar a pensar num monte de coisas, basicamente é uma PCP mas com apenas 9J, aponto e puxo o gatilho, pronto, já tá, seja com o chumbo A ou B, o chumbo vai lá parar ao sítio onde apontei, claro está, que quando tem de se apontar para um 10 a coisa muda de figura e "por um ponto se perde, por um ponto se ganha", como tal há que escolher muito bem o chumbo mas como as Fein.300 já estão reformadas e já não são  armas para essas andanças, o RWS Diabolo Basic é mais que suficiente para atirar a 20/25m. 
Hoje foi assim e ou muito me engano ou tal como no último confinamento, a 300 vai ser uma amiga que me vai ajudar a passar algum do meu demasiado tempo livre.


Precisou ainda de uns dois ou três clicks para ficar no ponto .

Não se pode dizer que sejam grupos do outro mundo mas se não são melhores é porque com uma mira de apenas 4X ainda por cima com um reticulo grosso não se podem pedir milagres. 


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Paulo, este post é para ti companheiro.

 O post de hoje é inteiramente dedicado ao meu grande amigo de infância, o Pardal que é um dos apelidos do Paulo e vai agora a começar a saber o que são carabinas de ar comprimido a sério.
Paulo, neste momento vives do outro lado do Atlântico e tenho muita pena de não te poder ajudar mais e melhor a tirares o que de melhor tem a tua Weihrauch HW80.
Já que querias uma magnum de cano articulado preferia que tivesses comprado a HW95k mas como estava esgotada, a 80 é também uma excelente arma e de certeza que te vais divertir bastante com ela.
Espero que já tenhas o cano bem limpo como te disse, agora vais ter de mandar uns 20 ou 30 balazios para que a arma comece a agrupar normalmente.
Agora vais ver a diferença entre o chumbo que a arma escolhe para ela e o chumbo que alguém escolhe para a arma e vais também perceber que por vezes chumbos da mesma marca e mesmo modelo podem ter desempenhos bastante diferentes.
Neste post usei uma arma que é meio HW80, meio HW95, basicamente é uma mistura das duas, a coronha e o cano são iguais à 80, a ação ou seja, o tubo onde está a mola e o piston é igual à 95.

Esta é a bancada de tiro aqui do quintal
Nesta foto a baixo podes ver dois grupos de nem sei quantos tiros mas para o caso também não interessa, o certo é que são feitos com chumbos da mesma lata.
Nesta lata de um lote que não presta pra nada vinham chumbos em que uns entravam apertados no cano (grupo do lado esquerdo), outros entravam mais ou menos normal (grupo do lado direito).
Eu apontei sempre ao centro das pintas mas como facilmente podes ver, esta treta de chumbos têm POI's (point of impact) diferentes, se tivesse disparado todos os tiros para a mesma pinta parecia um tiro de caçadeira, ainda assim o grupo da esquerda não está muito diferente.

Aqui já podes ver que no grupo da direita em que usei precisamente a mesma marca e modelo de chumbo dos grupos de cima mas desta vez já com um lote melhor onde pelo menos todos os chumbos entravam com a mesma(pouca) resistência.
No lado esquerdo o grupo é de apenas 5 tiros porque esta lata já não tem muitos chumbos e a 85 gosta muito deles mas podes ver que agrupam bem melhor, para não variar lá está o flyer da ordem mais à esquerda mas com uma arma de cano longo já se espera que erros destes aconteçam, nesta foto também dá para ver perfeitamente que quando mudas de chumbo o POI provavelmente vai também mudar.
Obviamente que estas mesmas marcas e modelos de chumbos agrupem bem ou muito bem na tua arma mas quase que te garanto que dentro da JSB vais encontrar chumbos que a 80 vá gostar, como é uma 80 de piston grandalhão até pode ser que prefira chumbos um bocadinho mais pesados como os JSB Exact Heavy ou os HN Baracuda Match, experimenta também os HN FTT.

Como podes ver, com os JSB uma moeda de 1 cêntimo chega para cobrir o grupo e mesmo que tivesse feito 10 tiros como no grupo ao lado, a moeda de 1 cêntimo continuava a bastar para cobrir o grupo.

Braçorro e vamos falando.


20/01/2021
Atualização 

Porque eu também ando a tentar conhecer as manhas desta HW85, como tal tenho de fazer as experiências da praxe.
Hoje e porque se trata de uma arma magnum fui fazer uns grupos com a arma apoiada na palma da mão para perceber se faz ou não diferença, os 18 Joules de potência não se pode dizer que sejam muito exigentes neste aspeto mas se tivesse mais potência acredito que fosse mais manhosa.
Como disse, fiz os grupos 1, 2 e 3 com a arma apoiada na palma da mão e o grupo n° 4 apoiada apenas no saco mas no mesmo ponto em que apoiei no grupo 3 ou seja com o apoio no início do rasgo do fuste, a seguir mostro as fotos omde se vai perceber melhor.


Comecei da esquerda para a direita sendo que o grupo em que o apoio foi feito apenas no saco de arroz é o da direita mais a cima.

Este foi o ponto de apoio do primeiro grupo de 6 tiros mas com a minha mão esquerda entre a arma e o saco de arroz e sem o apoio traseiro da coronha, este apoio apenas aparece nas fotos para que a arma fique mais estável e não tombe para o lado durante a foto.

Este foi o ponto de apoio no segundo grupo e novamente com a arma apoiada na palma da minha mão que tal como no primeiro grupo ficou com as costas voltadas para baixo.

Neste caso o ponto de apoio dos grupos 3 e 4, foi entre os dois que já tinha experimentado, no terceiro grupo com a mão entre a arma e o saco e no quarto e último grupo, com a arma apenas apoiada no saco que é para mim a posição mais estável e em que menos tremo. No quarto grupo onde apenas apoiei no saco, o grupo é de 7 tiros porque o sexto tiro foi o grande flyer que se pode ver, por via das dúvidas voltei a repetir o sexto tiro para dissipar as dúvidas.

Como se pode ler nas legendas no próprio alvo, uso o rasgo do fuste como referência ao apoio da arma, considerando o início do rasgo o lado mais próximo do gatilho e o final do rasgo o lado mais próximo do cano.
Quando na primeira foto digo na legenda que apoiei a arma a meio do rasgo estou a apoiar a parte central do rasgo na parte central do saco mas que devido à largura do saco o final da coronha ainda está apoiada.


Este é o trabalhinho que tem de se fazer quando se escolhe o chumbo depois de revistos os apertos dos parafusos, do cano bem limpo e passados algumas dezenas de tiros. Em armas pouco potentes quase não se nota diferença mas à medida que a potência vai subindo estas experiência tornam-se mais relevantes porque quanto mais potente for a arma, mais técnica e conhecimento exige do atirador.