sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

O que é memo bom, é amandar tiros

Estava em casa sem nada pra fazer e a pensar como é que havia de fazer o gosto ao dedo, primeiro pensei em ir treinar um bocado mas não estava práli virado, lembrei-me então da velhinha 50 que é precisamente para tiros mais informais que ali está na garagem, atirar para acertar sem a preocupação de acertar bem ou mal, como esta velhinha HW50 nunca irá levar com uma mira telescópica em cima, ficaram os planetas todos alinhados para ir mandar uns balazios de mira aberta em alvos de C10 a mais ou menos 19m e com a arma apoiada num saco de arroz.  Para dizer a verdade a ideia não foi grande coisa por vários motivos, o primeiro é que eu atiro muito mal de mira aberta, a vista também já custa a ver bem o alvo e depois de uns quantos tiros começa a ficar cansada e a coisa piora mas pronto, aqui a questão era fazer uma coisa que sei que faço mal mas não sabia bem o quão mal fazia, ou seja, em português corrente eu sei que sou nabo a atirar de mira aberta, deixa lá então perceber a dimensão da nabisse.                                                              Já que ia ser azelha também não valia a pena gastar chumbos dos melhores, como tenho tantos chumbos diferentes atirei com com chumbos de média qualidade para baixa qualidade, a exceção foram aqueles RWS da lata amarela com um nome alemão impronunciável, esses já são de qualidade média/alta.                              A 50 faz se não me engano cerca de 9j que são mesmo à medida de chumbos de cabeça rasa ou match como se queira chamar, no final de ter feito a desgraça que já esperava fui confirmar se os únicos dois alvos que tinham grupos apresentáveis se deviam à arma ter gostado dos chumbos e se assim fosse eu não era assim tão azelha ou se tinha sido obra do acaso. Claro que foi obra do acaso, repeti os 5 tiros com os Kugeln e com os outros do nome impronunciável e saíram mais ou menos como os grupos que já tinha feito com todos os outros cbumbos.    No final e só mesmo pra ser masoquista, resolvi pegar nuns JSB RS da Cometa e nuns Gamo round (BBs de chumbo) e comparei o grupo de uns e outros e o objetivo da sessão estava completo e encontrado. De mira aberta, àquela distância, atire eu com chumbos do melhor que há ou atire com caroços de azeitona o resultado é quase o mesmo, só mesmo para terminar antes da gastar chumbos dos melhores, como tenho tantos chumbos diferentes atirei com com chumbos de média qualidade para baixa qualidade, a exceção foram aqueles RWS da lata amarela com um nome alemão impronunciável, esses já são de qualidade média/alta.                          A 50 faz se não me engano cerca de 9j que são mesmo à medida de chumbos de cabeça rasa ou match como se queira chamar, no final de ter feito a desgraça que já esperava fui confirmar se os únicos dois alvos que tinham grupos apresentáveis se deviam à arma ter gostado dos chumbos e se assim fosse eu não era assim tão azelha ou se tinha sido obra do acaso. Claro que foi obra do acaso, repeti os 5 tiros com os Kugeln e com os outros do nome impronunciável e saíram mais ou menos como os grupos que já tinha feito com todos os outros cbumbos. No final e só mesmo pra ser masoquista s fotos tenho de fazer justiça e dizer que não esperava que os Gamo round fizessem tamanho brilharete, sempre pensei que fosse meter dois ou três tiritos na parede mas a verdade é que foram os 5 tiros no papel.

Pronto, aí vão as fotos, se quiserem gozar com a pobreza franciscana façam favor. 



No final vi que que com os próximos dois modelos de chumbo tinha feito dois bons grupos, resolvi então tirar as duvidas e perceber se era dos chumbos ou se tinha sido pura coincidência e afinal eu não sou assim tão mau. Para mal dos meu pecados foi apenas uma caguinha





Estes são os chumbos que normalmente uso para atirar com a velhota HW50


Agora aqui fica a prova provada de que eu de mira aberta consigo fazer bosta com qualquer chumbo, seja bom ou mau







domingo, 22 de novembro de 2020

A minha primeira aula de tiro com pistola

Como muitos dos meus amigos sabem, estou longe de conseguir fazer com pistola algo que não me envergonhe. Para dizer a verdade acho que nunca tive o mínimo jeito com armas curtas excepto com as bisnagas de água no carnaval e apenas quando eu era puto, daí pra cá já atirei com pistolas e revólveres, de ar comprimido e de fogo de diversos calibres e acabo sempre por chegar à mesma conclusão, não tenho queda prá coisa mas justiça seja feita, lembro-me bem de já ter sido pior, até já comprei uma pistola de CO2 há uns dois anos só para dar uns tiritos e tentar perceber onde é que eu erro, obviamente que nunca até hoje cheguei a qualquer conclusão e não é por certo neste post que vou contar como é que consigo ser tão zarolho com as pistolas. O campeonato de Field Targuet está no seu interregno de inverno, sim em Portugal só se pratica FT basicamente com bom tempo e quando está bom tempo as provas são poucas como já estou farto de aqui dizer, vai daí que esta é a melhor altura para fazer o gosto ao dedo em outras variantes do tiro. Neste post venho apenas relatar uma experiência que espero repetir assim que seja possível. Como disse não tenho jeito nenhum para o tiro com armas curtas mas vontade de aprender não me falta e como tenho vontade de aprender, há umas duas semanas fui até ao meu clube (Casa do Povo de Corroios), afinal é lá que mora o atual Campeão Nacional de P10 (Tiago Carapinha), vai daí que fui espalhar uns chumbos sob a orientação de um outro colega de clube e amigo pessoal Tiago Pereira, o treinador de P10 Zé Carlos lá me arranjou uma ferramenta toda à Pro. (Walther Twin Master), uma pistola que cá na minha gíria é uma pistola PCP de competição ou seja, uma coisa que para quem sabe, dá bem para meter os tiros todos no centro ou bem próximo do centro mas não eu claro está. Na primeira lição fiquei apenas a saber que é mais fácil acertar no centro do alvo de cartão sem o círculo preto da pontuação do que com o circulo da pontuação. Duvidam? Também eu duvidava, nem queria acreditar mas parece que é o normal e depois da explicação faz sentido, se duvidam, experimentem vocês. Não fiquem vaidosos se conseguirem com uma pistola de CO2 que dispara esferas fazer melhor do que o que aqui vos mostro.

Ficam as fotos da primeira lição de tiro de pistola, daqui a uns tempos espero eu, no caso de ter tempo para mais umas lições, posto mais umas fotos para ver se houve evolução ou nem por isso. Não posso terminar este post sem um agradecimento ao Tiago Pereira pela paciência que teve comigo quando era suposto estar a treinar. Obrigado Tiago.


  A pista de 10m e a "bisnaga" que me foi gentilmente cedida pelo clube. Do lado esquerdo, a caixa de esferovite com a minha CP1-M de CO2 chinoca, que eu tinha levado para mandar os balázios.

O Primeiro alvo e os que se seguiram, com e sem a bola preta da pontuação que nem sei se tem algum nome técnico é que lá na minha praia só temos silhuetas metálicas.








Para que se perceba bem a minha falta de jeito aqui fica o local de oração lá do clube, os dois alvos de cima são de C10 com grupos de 5 ou10 tiros, o da esquerda é do João e o da direita da Catarina, atual Campeã Nacional de C10, o de baixo é um alvo que não está identificado mas que penso ser do Tiago Carapinha.   Por aqui se pode ver o que é capaz de fazer um campeão e o que aqui o "je" faz com o raio da pistola


Uns sabem, outros não. É a vida






quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Foi assim a minha época


 



Falar do Covid este ano parece-me um assunto incontornável, obviamente que um marco na história da civilização moderna não pode deixar de ser aqui referido, até porque daqui a uns anos espero reler este e os outros posts.

O campeonato começou na Ota sem qualquer tipo de alteração nas regras, já se ouvia falar no Covid 19 mas ninguém ainda conhecia bem o potencial deste vírus, certo é que afetou de forma dramática o FT bem como quase todos os outros desportos. Aqui pelo menos neste ano de 2020 acabou por reduzir o número de provas e criar umas quantas regras higiénicas com vista a que todos nos sentisse-mos seguros e protegidos de uma pandemia que já matou milhões em todo o mundo.

Mas falemos de coisas melhores ou seja, falemos daquilo que me trouxe aqui hoje, a minha época e os objetivos que tinha traçado para ela. Não disse a muita gente mas disse a duas ou três pessoas, algumas delas de certeza que vão passar os olhos por aqui. Todos os anos eu e os outros atiradores vamos melhorando como tal é normal que esperemos melhores resultados que no ano anterior, eu obviamente não fujo à regra, se no primeiro e último ano que fiz a época completa em Springer tinha como objetivo ficar entre os 10 primeiros e conseguir ser Mestre Atirador era normal que para este ano fosse um bocadinho mais ambicioso já que os objetivos tinham sido cumpridos, assim coloquei como meta ficar entre os primeiros 5 classificados e fazer pelo menos 1 pódio. Confesso que tanto um como  o outro objetivo eram talvez um bocado ambiciosos mas eram a cenoura que um gajo precisa para melhorar. Na primeira prova da Ota quase ia atingindo um dos objetivos ao conseguir o 4° lugar, só não consegui porque a inexperiência ainda se faz sentir nas alturas decisivas, fiz 3/4 da prova a um nível muito, muito bom mas a pressão que os adversários começaram a meter indiretamente acabou por fazer moça, foi um 4° lugar, 37 acertos a 3 do primeiro. 



Segunda prova em Quiaios três  meses depois e já com regras Covid. Infelizmente tinha treinado bastante porque tempo foi coisa que não me faltou como a tanta e tanta gente por esse país e mundo fora mas duas semanas antes da prova parte-se o guia de mola e na semana antes avaria a mira, resultado, vou para a prova com uma curva mais ou menos, as distâncias que a mira me dava eram para mim tão credíveis como o Pinóquio e a cabeça a fazer tilt cada vez que tinha de puxar o gatilho, resultado, 29 acertos e 9° lugar a nem sei a quantos do primeiro, como se não bastasse, no regresso a casa apanho uma multa por excesso de velocidade.

Terceira prova, Sousel, a única vez que me correu bem foi a primeira vez em que lá atirei ou seja, quando experimentei a modalidade, ainda nem contava pra nada, como se não bastasse no dia antes dou um jeito às costas. Mal me conseguia mexer mas meti uns comprimidos para as dores e no dia seguinte pela manhã lá me fiz à estrada na esperança de que os medicamentos me deixassem fazer a prova. Chego a Sousel e as dores quando pegava na arma lá estavam, tentei fazer a zeragem mas não consegui, foi então  que comuniquei ao árbitro que não ia atirar, ao ouvir-me dizer isto o Barreiros levou-me a um elemento do Staff que me ajudou a fazer uns alongamentos lombares, o certo é que as dores mais fortes desapareceram o que me permitiu ir a jogo, o Pedro coitado, lá teve de me segurar na arma para eu me levantar durante toda a prova, um grande obrigado ao Pedro e ao Albano que me tirou as dores nas costas. A prova não estava a ser das piores que fazia em Sousel mas também não estava a ser das melhores que fizera no campeonato até à data, afinal de contas estava a atirar em Sousel, um dos locais mais difíceis do nosso campeonato, como se não bastasse no início da prova o Luís Barreiros ainda disse que tinha montado uma prova ao nível das provas de europeu e mundial. Terminei com apenas 31 acertos, não fiquei contente nem descontente mas foi uma grande surpresa para mim o 3°lugar a 6 do vencedor. Talvez as baixas expectativas que tinha para esta prova me tenha tirado pressão e me tenha deixado tranquilo em relação ao baixo número de acertos que estava a fazer, Já agora tenho de acrescentar que o vencedor desta prova venceu também a Taça de Portugal.

 

Chegada a semana da quarta e última prova deste atípico campeonato em Reveles que  não me trazia boas recordações mas também não trazia más recordações, nessa semana pensei muita vez no que é que  me iria acontecer antes da prova porque não há duas sem três, felizmente nada de anormal se passou. Na tabela classificativa eu estava  em 4° lugar, mesmo à frente de um peso pesado do campeonato português, o plano passava por fazer uma boa prova para defender a excelente posição mas com a consciência de que a experiência competitiva iria pesar para todos para uns negativamente e para outros positivamente, a experiência ou a falta dela obviamente é sempre determinante. Como após a terceira prova os atiradores são emparelhados segundo o ranking lá estava eu mais o Guerra na porta 2 para fazer os primeiros 3 alvos, a coisa não começou bem para mim, a pesar do muito vento, nos primeiros 6 alvos acertei os 4 mais longe e falhei os dois mais próximos, o Guerra pelo contrário arranca a fazer 18 acertos seguidos o que a juntar a mais uns erros estúpidos que cometi podia me ter deitado a baixo psicologicamente o que felizmente não aconteceu mas escusado será dizer que ainda assim não tive a calma que devia ter em todos os momentos de apertar o gatilho.

P.S.- Esta prova teve a particularidade de ter o Luis Barreiros (o meu ídolo do FT) a atirar em Springer já que o campeonato de PCP estava no bolso desde a terceira e anterior prova, no final fez apenas😁 mais 6 acertos que eu mas com uma arma sem os habituais apêndices, coisas de top 5 mundial.

 


Balanço positivo, pois consegui o pódio e o difícil 5° lugar que pretendia e agora é traçar metas para a próxima época que ainda não se sabe bem como irá correr mas para já em springer haverá mais um peso pesadíssimo o que fará com que pelo menos para mim, manter este 5° lugar não será mau.
Aqui fica também a classificação final em PCP internacional.
Peço desculpa pelo tamanho das tabelas classificativas mas é o que se pode arranjar, se colocar maiores passam para cima de outros items caso o post seja aberto em PC.





quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Esclarecimento

Este post é um bocadinho diferente dos outros, este não serve para falar de arma nenhuma nem de nenhuma coisa que tenha aprendido recentemente, hoje só quero deixar uma palavrinha a quem por aqui vai deitando o olho.
Como digo na introdução deste blogue não pretendo criar algo que faça de mim alguém popular, comecei com esta brincadeira como uma espécie de diário da minha evolução enquanto atirador de armas de ar comprimido.  Quando este blogue nasceu já tinha uns milhares de chumbos gastos porque como alguns já sabem, comprei a minha primeira pressão de ar aos 14 anos e muito atirei com a El Gamo 600 na minha adolescência, depois tive uns anitos sem atirar e só há uns quatro ou cinco anos é que voltei a atirar com regularidade, a bem dizer com muito mas muito mais regularidade do que alguma vez o fizera.
Devido ao gosto e interesse pelo tiro com estas armas, mais concretamente pelo Field Target lá tenho aprendido muito comparado com o que sabia antes e para além do que tenho pesquisado, tenho a sorte de ter conhecido pessoas que sabem bastante mais que eu o que tem facilitado bastante a minha evolução enquanto atirador.
O que é que eu estou a querer dizer com esta conversa toda?
Quero apenas dizer aos que acompanham este blogue e que pouco ou nada sabem e me acham grande conhecedor desta temática, que na verdade não sei assim tanto, isto pode soar a falsa modéstia para aqueles que como digo, pouco ou nada sabem. Obviamente que já  aprendi muito mas mesmo muito mas é quando falo com quem realmente sabe muito da poda que percebo que não sei assim tanto e que muito ainda tenho para aprender, algumas coisas até bastante básicas que só depois de aprender é que penso como é que nunca tinha pensado nisto antes.
Apesar como já disse, de não ter criado este blogue com a intenção de colecionar seguidores fico muito contente quando por aqui tenho comentários ou quando vejo um novo seguidor e fico muito mas mesmo muito mais contente por saber que há quem daqui já tenha retirado algum ensinamento, no outro dia vim a saber que influenciei alguém a dedicar-se mais a sério ao tiro com ar comprimido.
 

domingo, 2 de agosto de 2020

HW50 Decada de 70

Aquela que para mim é a melhor pressão de ar do mundo tem uma estória com 70 anos, sim a Weihrauch HW50 fabrica-se há sensivelmente 70 anos.
Começaram a ser fabricadas em 1950 depois da Alemanha ser novamente autorizada a fabricar armas, apenas podiam produzir armas de ar comprimido e as primeiras nem cano estriado tinham, a Alemanha podia construir armas de ar comprimido mas não com canos estriados, só em 1951 é que as poderam fabricar com um cano em condições ou seja, com estrias, a história de sucesso ainda hoje se mantem passados 70 anos a fabricar um dos modelos mais vendidos da marca.
Esta não tem 70 anos mas tem quase 50 e poderá perguntar-se, o que é que esta arma tem em comum com as jovens HW50 dos dias de hoje?
Para além do nome, tem o maravilhoso gatilho Record que basicamente é igual, ainda que com pequenas diferenças que não vou agora esmiuçar.
Ao primeiro olhar o que imediatamente nos salta à vista são duas coisas, a coronha totalmente old shcool, lisa com a base do pistol grip arredondado e a outra é um entalhe lateral ao longo do fuste, o cano tem os mesmo 15mm de espessura mas ao contrário dos 39.5cm da atual, esta tem 46,5cm, aqui está grande parte da resposta para os seus mais 6cm de comprimento a mais que o modelo atual, a mira dianteira não possibilita a sua remoção com a mesma facilidade das atuais, o seu tunel mais pequeno que os atuais não possibilita a troca de inserts como nas atuais, não só na Weihrauch como também na conhecidissima Diana, tanto nesta marca como nas Weihrauch de hoje, a mira dianteira pode ser removida se assim se desejar e são muitas as armas alemãs que têm uma massa de mira que fixa ao cano através de um carril em tudo idêntico ao que permite fixar as miras telescópicas mas obviamente que bem mais pequeno, para além disto, as atuais têm também no túnel uma porca recartilhada que permite aceder e fixar o correntemente chamado ponto de mira que no modelo atual poderá até ser escolhido um de entre os cinco inserts fornecidos na compra da arma, o desta mamã quarentona não tem nada disso, é todo em metal fixo ao cano com um escatel lateral e com um simples e mais pequeno túnel que este sim, pode remover-se com alguma facilidade.
A mira traseira, embora um pouco mais pequena que as atuais não tem tantas diferenças, também ela é fixa ao bloco do cano através de dois parafusos, um na sua extremidade anterior e o outro mais posterior no parafuso que permite regular a elevação, o seu formato em cunha faz com que o sistema de elevação atue como uma mola de lamina, tal e qual como as atuais, quanto aos tornilhos de ajuste, o de elevação tem uma escala numerada, já o de ajuste da deriva não tem qualquer tipo de escala tal como ainda hoje.
Na ação, o piston tem 23,9mm de diâmetro e 75mm de curso, transfer port 3mm, meno 0,5mm que as atuais, embora não imediatamente visível na foto mas vista mais de perto percebe-se imediatamente que para se chegar ao interior será preciso desenroscar o bloco traseiro onde se acomoda a unidade de gatilho ou seja, é exatamente igual ao que hoje em dia se pode encontrar nas HW77/97.
Até aqui, tivesse esta arma uma coronha mais moderna e ninguém diria que é uma quarentona, claro que a ferrugem é notória e daria sempre para perceber que não estamos na presença de uma menina de colégio mas verdade seja dita, estou fartinho de ver armas com meia dúzia de anos e com ferrugem bem mais profunda e que quando removida deixa cicatrizes bem marcadas ao contrario desta que apesar de abundante é  apenas superficial.
Tal como nós, por muito jovens que possamos parecer, ninguém nos tira os anos que nos pesam nos ossos, também esta 50 assim que lhe olhamos para as entranhas instantaneamente nos salta à vista um guia de mola metálico e um vedante de cano ou bucha em couro, que por acaso até está muito bem conservada embora cheia de óleo como seria de esperar, pois era embebendo o couro em óleo que se conseguia flexibilidade por forma a conseguir uma vedação perfeita ao tubo da ação, o que me leva a equacionar se a troco ou não por uma nova recorrendo a um sistema que me permita colocar uma de borracha com os 25mm da praxe, medida bastante comum nas pressões de ar desta idade.
Uma outra coisa também bem visível, assim que se retira a coronha e ao contrário das ainda jovens HW50 com meia dúzia de anos é o braço de armar que não roça na parte de baixo da ação provocando o arrepiante ruido metálico e pior que tudo o desgaste do tubo de compressão.
Agora, vem a diferença para as carabinas atuais que menos se nota mas que é tremendamente importante quando se pretende colocar uma mira telescópica. O trilho que à partida pensei ser de 11mm, não é, nesta senhora é de 13mm. Por esta altura estarão a pensar. 
E qual é o problema quando os anéis de montagem têm as pecinhas de aperto que abrem para lá dos 13mm?
A resposta é: experimentem fixar uma mira telescópica com os normais anéis de montagem e depois falamos.
Penso que estão descritas as principais diferenças entre esta 50 de 1974/5 para as de hoje ano em que saiu mais um modelo da 50 que ao que sei apenas mudou o formato e o desenho do recartilhado da coronha.
Vamos então às habituais fotos.

Este é o aspeto de uma arma com 46 anos, não se pode dizer que tenha sido das mais bem tratadas mas de certeza que já todos vimos algumas bem mais recentes e com muito pior aspeto.








Abrir para dar uma vista de olhos e perceber como está por dentro para trocar o que for preciso.





Um polimento no piston é uma coisa que melhora sempre um pouco no funcionamento.

Abrir o gatilho para limpar todo o lubrificante seco dá uma ajuda a um melhor funcionamento.
Não tinha sujidade nenhuma...

Esta rosca estava moida pelo que foi preciso recorrer ao sistema atual com porca.


Depois de limpo ficou um "bocadinho" diferente.

Um polimento interno para ficar xpto.

Aqui estão as diferentes lixas que usei para polir as várias partes.


Et voilá.

Depois de limpinha e revista, uns tiritos da praxe as uns 15m numas latas para ver o que vale toda a "descomunal" potência desta arma.


Além da lata redonda, apenas fez isto na seguinte.

A velocidade média com que ficou com o JSB Exact 8.44gr.

Mira aberta a uns 15m +/-, não medi.

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Ups, isto é só um blogue caraças, não é preciso nada dessas merdisses, no entanto espero que tenham gostado na mesma.


Segunda fase do restauro
09/04/2022

A princípio não era para restaurar, a ideia era limpar e deixar as rugas à vista mas olhar para uma arma minha e vê-la com rugas dá-me volta às entranhas e como esta semana como estou de férias e sem planos para ocupar o tempo, lembrei-me de o ocupar a fazer uma das coisas que também gosto bastante, desmontar a velha 50 e fazê-la nascer novamente.
Não foi fácil nem rápido mas tudo o que se pode ver é "home made", o blueing e o tratamento da coronha que até nem foi das mais difíceis já que é lisa sem quaisquer gravuras, já o metal, para além de alguma ferrugem superficial, estava também um pouco picada e decidi experimentar a oxidação a frio para ver se vai durar tanto como as que até hoje sempre pedi para me fazerem a quente e por profissionais experientes. A conclusão a que cheguei é que não fica tão bem, há zonas a que não consegui chegar para desengordurar tão bem como em banho quente, como tal ficou com a oxidação de origem o que não é grave porque o braço de armar até é uma peça que de fábrica nem tem o mesmo acabamento do cano ou da ação mas como esta arma é minha, mesmo que um dia comece a ganhar alguma ferrugem de firma prematura, posso sempre mandar oxidar como tenho feito até hoje.
Aproveitei também para deixar a união entre o bloco de gatilho e o tubo de compressão a unir perfeitamente que como se podera ver nas fotos era coisa que não acontecia na perfeição e zonas havia em que se notava vestígios de maquinação que não era tão perfeita como a de hoje em dia.
Vamos então às fotos das várias fases e depois ao resultado final.

Comecei por lixar a coronha e dar velatura


Assim comecei a lixar a ferrugem superficial ficou bem visível 


Sinais da maquinação da década de 70

                  Foi polido e bem melhorado


       Os parafusos também polidos par oxidar

                   Depois do ácido leva banho de óleo 


        Cano e ação todos polidos com lixa de água 


A união do bloco de gatilho a unir perfeitamente ao tubo de compressão 


Aqui é possível ver que tubo de compressão e bloco de gatilho não estavam perfeitamente alinhados

Resultado final com a cronha demasiado brilhante para o meu gosto mas com o truoil não é fácil conseguir acabamento baço





Aqui sem óleo no metal onde se vê a oxidação sem brilho.



Afinal não são precisos chumbos caros para nos divertirmos e porque não, fazer brilharetes.
Para quem se estiver a interrogar sobre o que será que quer dizer o V a seguir ao HW50.
V de velhota😁😁😁



Depois de uns tirinhos com chumbos menos bons, teria de experimentar uns melhores ou supostamente melhores.
Entretanto, esqueci-me de dizer que a mola levou uma facadinha e que agora a velhota esta com um pouquinho menos de gás, se tinha cerca de 9j, agora está com sensivelmente 7,5j dependendo do peso do chumbo.

Fotos dos testes com outros chumbos

Destes excite já não gostou tanto

Estes são melhores que os excite Pinking mas fizeram quase o mesmo



Aqui já houve uma melhoria substancial como era de esperar logo, tive de fazer novo grupo para perceber se o primeiro não tinha sido por acaso e o segundo melhorou ainda.


Para breve ficam prometidos uns grupos a 10m, o problema é que a minha vista não está grande coisa para testes de mira aberta e eu por enquanto vou-me recusando a usar os sempre incómodos óculos. 
Mas a promessa fica feita.


E como o prometido é divido, cá vão uns grupos a 10m com chumbos que não são atualmente os melhores do mercado, mas são sem dúvida melhores que os que se fabricavam na época em que esta doçura de arma foi fabricada. Fazer um monte de grupos com os melhores chumbos da atualidade penso que não se justifica por vários motivos;
1° esta nunca foi uma arma para competir, para isso a Weihrauch tinha a HW55CM
2° eu não sou atirador de 10m, como tal, nem eu estou à altura dos melhores chumbos match
3° como já disse anteriormente, a minha vista já não está grande coisa e por isso eu sei que não consigo fazer melhor do que o que aqui vou mostrar mesmo com os RWS R10 Pistol, sei que não consigo porque também fiz o grupo e até saiu ligeiramente pior do que com o RWS Diabolo Basic e eu sei obviamente que o R10 é melhor embora sejam os canos a escolher os projécteis e não os atiradores, e também sei pelo que pesquisei, que por norma estes canos até gostam mais do R10 Pistol 0.45g.

Dito isto, resta-me dizer que se algum dia eu conseguir encontrar e comprar montagens para trilho de 13mm, farei uns tirinhos com mira telescópica para dar uma ideia mais precisa do real valor desta arma, até lá, só posso mostrar o que vale com miras abertas.