quarta-feira, 28 de outubro de 2015

História das armas de ar comprimido

 Carabina Girandoni


Não sou nenhum guru na matéria, estou muito longe de o ser mas como adepto que sou das armas de ar comprimido procurei alguma informação que venho aqui partilhar com quem segue o Balázios ou simplesmente tropece no blogue e tenha curiosidade em passar os olhos por alguns dos tópicos.
Penso que já todos viram em fotos ou ouviram falar na arma de ar comprimido mais antiga do mundo, a Zarabatana, um tubo feito apartir de uma planta com caule oco onde eram e são soprados projeteis, esta arma destina-se sobŕetudo a caçar animais de pequeno porte, a arma ainda hoje é usada por tribos da América do Sul e Sudeste da Ásia e também em Portugal, bem me lembro de ser puto e usar tubos de eletricidade para da mesma forma disparar grão de bico, milho e também cones de papel que no interior do bico levavam uma mistura de serradura com cola branca para que com o acréscimo de peso a "bala" fosse mais precisa o bico ficasse mais duro e desta forma doesse um bocadinho mais ou seja, já naquela altura eu era bom nisto.
Brincadeira à parte, devo dizer  que nos EUA se fazem competições com este tipo de arma, não sei em que moldes fazem, esta foi pelo menos a informação que encontrei na pesquisa que fiz.

As armas de ar comprimido com formato de carabina, mais ou menos como as conhecemos nos dias de hoje, existem desde os sec. XV e XVI, sendo que uma das mais antigas se encontra no museu de Livrustkammaren em Estocolmo, estas armas eram usadas essencialmente para caçar e não se pense que para caçar pardais ou coelhos, com estas armas caçavam-se veados e javalis, a chamada caça grossa, por esta altura só a nobreza tinha acesso a estas armas devido ao seu elevado custo e ao tempo que demoravam a ser construídas. 
A mais famosa destas antigas carabinas é a Girandoni, nome original mas que nos EUA onde esta arma também serviu na revolução americana pode também ser chamada Girardoni/GR Dhoni, desenvolvida pelo italiano Bartolomeu Girandoni em 1780 como arma de guerra que foi produzida e usada pelo exercito austríaco, esta arma era uma PCP que disparava projeteis esfericos com o "modesto" calibre .46 com 153 grain esta carabina ja tinha um magazine de 22 esferas, outra curiosidade é que o reservatório de ar conseguia reter uma pressão que podia chegar aos 850 PSI, o normal hoje em dia para as mais comuns .22(5,5) com cerca de 25 grain são 250/270 Bar, para carregar o reservatório da Girandoni eram precisos 1500 cursos da bomba de enchimento (belos abdominais que aquela rapaziada precisava ter para esta menina).
Estas armas apresentavam várias vantagens em relação aos mosquetes no campo de batalha. Não denunciavam a posição do atirador por serem mais silenciosas e não produzirem a enorme nuvem de fumo provocado pela queima da pólvora, podiam também ser operadas à chuva e com neve, condições em que jamais a pólvora poderia queimar, é que estas não tinham pederneira e logo também não provocavam as faíscas que por vezes feria os olhos do atirador, tinham também uma potência de tiro mais constante tornando-as mais precisas e a cadencia de tiro era muitíssimo superior às armas convencionais naquela épocaj  que disparavam dois tiros por minuto enquanto estas podiam disparar 22 em metade do tempo.
As Girandoni eram de tal maneira temidas que durante as guerras napoleônicas quem fosse capturado com elas era automaticamente fuzilado.
Não se pense no entanto que eram só vantagens, os atiradores destas armas teriam de ser pessoas com alguns conhecimentos técnicos o que por esta altura não era fácil encontrar, era precisao também bastante energia para encher o reservatório que devido à sua fragilidade e à alta pressão contida rebentava com alguma facilidade.

Mais recentemente as carabinas de ar comprimido sofreram uma grande evolução, sobretudo depois da segunda guerra mundial em que os alemães muito contribuíram no desenvolvimento destas armas devido à proibição de fabricar armas de fogo.
Hoje em dia são usadas principalmente com fins desportivos e estão presentes nos Jogos Olímpicos desde 1984.

Este não será de certeza o texto mais completo sobre a história das armas de ar comprimido mas penso que em traços gerais serve para que se fique com uma ideia da mesma e espero sobretudo ter de alguma forma contribuído para enriquecera o conhecimento de quem como eu gosta destas armas.
Daqui vai também uma palavra de agradecimento pela dica que recebi por parte do Blogue Piratices que me levou a retificar algumas coisas neste texto e a adicionar mais um vídeo.





11 comentários:

  1. Deixo-te aqui este vídeo de um canal de Youtube que subscrevo:

    https://www.youtube.com/watch?v=2dZLeEUE940

    Por falar em canal de Youtube, para quando um canal do Balázios, com vídeos originais?

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  2. Não sei o suficiente disto para ter um canal no youtube até porque já há muitos e de pessoal que sabe 1000 vezes mais que eu mas qualquer dia ainda faço um videozito a mandar uns balázios, só não o fiz já porque se tiver a sorte de fazer um daqueles grupos que se fazem muito de vez em quando vai surgir alguém a dizer que é montagem, se pelo contrario for num daqueles dias em que só faço asneira acabo por vir práqui achincalhar-me e destruir completamente a reputação.
    A ideia aqui na blogosfera é fazer uma espécie de diário com as minhas experiências com armas de ar comprimido, partilhar alguma coisa que vá aprendendo e fazer o que estamos a fazer agora (palheta) para trocar conhecimento e aprender um pouco mais.

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  3. Eu juro que li em qualquer lado que era cal. 51 e passei para as notas mas no vídeo o senhor diz que é cal. 46, o nome é também um pouco diferente mas a arma é sem duvida a mesma, não sabia também que tinha sido usada pelo exercito Austríaco.
    Vou fazer correção ao texto, obrigado.

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  4. Há muita informação errada na Internet. Os vídeos do canal Forgotten Weaponstem informação de qualidade.

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  5. Em relação ao canal de Youtube do Balázios, vai haver sempre gente que diz que és uma merda de atirador ou que falsificaste um alvo que tenha bom aspeto. Não ligues a isso.

    Pessoalmente acho mais importante um canal básico que mostre a quem se está a inciar no tiro as várias modalidades que tem à disposição, e também as dificuldades e os fracassos dos atiradores mais experientes. É mais importante partilhar um alvo mau do que um alvo perfeito que irá causar ainda mais frustração num atirador inexperiente.

    Apesar de ter alguma vergonha de mostrar estes alvos acho importante publicá-los:

    http://blog.piratices.com/2015/06/a-minha-e-maior-que-tua.html

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  6. Hei, calma, não vai haver nenhum canal do Balázios, posso fazer uns vídeos e até nos podemos juntar para isso mas canal não, um canal no youtube só vale a pena se tiver tempo e assunto para fazer dois vídeos por semana e isso eu não tenho.

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  7. OK. Apesar de não estares interessado no canal de Youtube, deixo-te aqui 3 temas para vídeos.

    1- Tiros a distâncias variadas, explicando a técnica e as correções necessárias.

    2- Instalação, afinação e conselhos sobre que miras telescópicas escolher para o benchrest.

    3- Manutenção das armas.

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  8. São temas bastante interessantes sem dúvida, o problema é que estou muito longe de poder ensinar o que quer que seja, sei alguma coisa sobre os 3 temas mas muito pouco.
    Para tiros a distancia variadas só posso dizer que se deve em primeiríssimo lugar construir uma tabela ou gráfico com a curva balística de preferencia com intervalos de 2m, eu usei papel milimétrico para afinar a escala de paralaxe da mira e depois espalhei os alvos nas distancias marcadas na roda de paralaxe até aos 50m, quanto a instalar miras, devem-se instalar com a ajuda de bolhas de nível e um fio de prumo, pelo menos é como eu faço, uma bolha na arma outra na mira e alinhar o reticulo vertical com um fio de prumo, as melhores, não tem nada que enganar, uma de 1000€ é sempre melhor que uma de 200€ porque tem certamente vidros mais nítidos, melhor paralaxe, mais robustez e um aspeto que não se pode descurar são as montagens que ligam a arma à mira em que uma coisa boa para ar comprimido nunca custa menos de 50€, na manutenção, basta trata-las com carinho, com um pouco mais do que aquele que se dá à esposa, porque estas nunca abusam do carinho que lhe damos e nem precisamos de lhes dizer coisas fofinhas, basta treino para que elas nos "vaiam" fazendo o que lhes pedimos, o que raramente acontece.

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  9. Epá temos mesmo que nos juntar um dia destes para fazermos uns tiros distâncias variadas. Eu faço o vídeo a a edição, mas gostava mesmo de publicar um vídeo destes para iniciados (como eu). Tu dás o know how e eu dou o trabalho. Se estiveres interessado, manda-me uma PM a dizer de que zona és e onde podíamos fazer isto.

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  10. É sem duvida um vídeo interessante e claro que nos podemos juntar para mandar uns balázios e fazer o vídeo mas falta-me uma ferramenta muito importante, apenas essa, que é aquela peça que não sei o nome e que serve para apoiar a maquina fotográfica na mira telescópica e assim se poder mostrar a mira a focar o paralaxe.
    Quanto à zona onde moro não faço disso segredo, moro na Quinta do Conde, Margem sul e atiro habitualmente no campo de tiro JSR em Corroios.

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  11. Estás-te a referir ao digiscope adapter. Eu também não tenho nenhum. Nem tinha pensado nisso, para dizer a verdade. Tu, que até tens jeito para o bricolage, podes tentar fazer um:

    https://www.youtube.com/watch?v=EJqXHIQ4BtI

    Também existem vários à venda. Se não for muito caro, posso comprar um para o iPhone:

    http://www.kowaproducts.com/kowa-digiscoping-adapters/

    Quando tiver algum tempo livre ao FDS eu digo qualquer coisa para tentarmos combinar.

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