segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

O desporto como forma de domesticar egos

 


Os desportos de tiro tal como todos os outros desportos fazem-nos ter a noção do nosso real valor enquanto praticantes de um determinado desporto. 

Penso que não há grandes dúvidas quanto à veracidade desta afirmação. Aqui fala-se de tiro com armas de ar comprimido, como tal é este o desporto que irei abordar obviamente.

É comum assistirmos a videos e falarmos com atiradores que atiram para fazer agrupamentos maravilhosos e para acertar em alvos a distâncias fabulosas, a bem dizer, não tem mal nenhum, todos nós já o fizemos, fazemos e voltaremos a fazer,  não conheço outra forma de perceber qual o projéctil aprovado por um qualquer cano de qualquer arma se não for através de agrupamentos a várias distâncias, o problema é que apenas esta forma de atirar, muitas vezes para não dizer sempre, cria nos atiradores uma falsa sensação de que se é um excelente atirador. E cria porquê? Na minha opinião, porque se atira sempre com as armas apoiadas de forma a minimizar ao máximo o erro do atirador. Basicamente atirar desta forma serve acima de tudo para avaliar o equipamento, a arma, o aparelho de pontaria e o projéctil. Muitos destes atiradores bem equipados que conseguem os tais agrupamentos maravilhosos e acertos a distâncias fabulosas, acabam invariavelmente por achar que são excelentes atiradadores e muitos obviamente que o serão, muitos outros, nem por sombras e muitos dos que não o são, até poderiam na minha opinião vir a ser bons ou excelentes atiradores, acontece que ao atirar sempre por forma a minimizar o erro do atirador, nunca vão sequer saber o que é preciso para se ser bom atirador e a dificuldade para se ser bom atirador, muitos destes supostos excelentes atiradores nunca sairão da sua zona de conforto e nunca irão praticar tiro de competição, pois competir com os outros acabaria por lhes destruir o ego,  que em muitos casos está altamente inflacionado.




Com toda esta conversa não pretendo fazer-me mais que ninguém pelo facto de praticar tiro competitivo, mas este facto dá-me a clara noção do meu valor e do valor dos outros . O desporto de competição mostra-nos não só a nossa valia técnica como também a nossa resiliência psicológica, a pressão de ter de fazer muito bem para alcançar uma melhor classificação é algo que muitas vezes nos faz errar tiros algo fáceis, algo que não existe quando se atira apenas por prazer, quando estamos apenas nós e a nossa arma. Quantas e quantas vezes estou a treinar todo contente com a quantidade de acertos. O certo é que no final de um campeonato, a matemática encarrega-se de me dizer se sou bom, mau ou assim assim.

Já atirei muito para fazer grupos? Já, muita vez, depois comecei a competir e comecei a admirar os realmente bons, atiradores que atiram para fazer grupos apenas quando precisam de testar alguma coisa, atiradores que não atiram a caricas a 100m, até por sorte acertarem. Atiradores que não atiram para fazer vídeos nem para se irem gabar da sorte como se fosse sabedoria em grupos de supostos bons atiradores. Atiradores que de certeza já alguma ou algumas vezes tal como eu atirámos a distâncias malucas para fazer grupos e que acabamos mais por ficar contentes com o material do que propriamente connosco.

Se já leram até aqui, devem achar que estou a ser arrogante mas apenas estou a deixar um conselho. 

Se te achas bom atirador, não percas tempo, vai até ao clube de tiro mais próximo e inscreve-te, vai lá mostrar que és bom porque provavelmente até és. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Smooth Twist e as slugs

 

                        Foto de outras sessões de tiro


Quem me conhece ou segue este blogue, sabe bem que não sou própriamente fã das PCP e ppde até estranhar este post, não sendo fã deste tipo de airguns, posso dizer até que eu era um perfeito ignorante no tocante slugs. Muitos atiradores me têm dito que os canos FX Smooth Twist são maus para atirar com slugs ou seja, não disparam slugs com a precisão dos pellets.

Segundo as minhas últimas experiências com este tipo de cano e estes projécteis, posso dizer que não é totalmente mentira mas também não deixa de ser verdade, passo a explicar socorrendo-me das habituais fotos mais adiante como suporte do que acabei de dizer.

Como penso já todos ou quase todos saberem, as slugs necessitam de mais velocidade e mais rotação que os peletes para se manterem estáveis durante o voo, não será por isso difícil concluir que quando a FX nos apresentou os canos ST, estávamos muito longe do nascimento das slugs, como tal, quando a FX decidiu usar uma configuração de canos que não era nova que basicamente consiste num cano que no seu interior em 90 ou 95% do seu comprimento é liso para que o projéctil ganhe velocidade e no final, apenas na zona do choke tenha estrias, estrias essas não muito profundas para não marcar muito a cabeça dos pellets e dessa forma sofram menos desvios, quer devido à rotação, quer devido à ação do vento.

Dito isto, posso afirmar que a FX produziu um excelente cano para disparar pellets já que estes, por terem o centro de massa na parte frontal, não necessitam de muita rotação para se manterem estáveis durante o voo e que devido ao formato arredondado da sua cabeça,  não gostem de velocidades muito altas, próximas da velocidade do som, digamos que são projécteis precisos até cerca de 290 m/s ou 950 fps sensivelmente, velocidade apartir da qual as slugs começam a sentir-se confortáveis, por outro lado, tal como um giroscópio, as slugs com um formato de ponta mais aguçado e centro de massa mais afastado da ponta, necessitam de mais rotação pra terem estabilidade durante voo, daí ser fácil concluir que os canos ST da FX não serem os ideáis para disparar slugs, apesar de serem bons ou muito bons para disparar pellets ainda que eu nunca os tenha visto fazer com pellets, melhores resultados que os tradicionais canos estriados de conceituadas marcas como Lothar Walther, ou BSA. Para terminar a explicação, tenho também de dizer que as slugs são por norma mais pesadas que os pellets no mesmo calibre logo, as armas precisam de mais potência para as disparar à mesma menor velocidade dos pellets. Sem entrar nas particularidades das armas PCP, mais concretamente nas armas com canos ST, digo apenas que estas armas precisariam pelo menos de canos mais longos para fazer mais potência com a mesma pressão no regulador, logo com plenuns mais volumosos, coisa que não se verifica nas antigas FX com canos ST. 

Sem ter entrado em demasiados detalhes, penso ter explicado de forma simples e compreensível, o porquê de se dizer que os canos ST não são os melhores para os novos projécteis das PCP's de alta potência, também não sou Eng. Físico logo, não saberia explicar estes fenómenos de forma científica, mesmo que soubesse não os explicaria aqui,  sob pena de tornar o texto complexo e massador.

Quem estiver a ler este texto neste momento estará certamente a perguntar-se.                        Se é assim, então porque é que este cromo disse no início que não é totalmente mentira nem totalmente verdade que os canos ST sejam maus para atirar de slugs? Simples, nas últimas semanas tenho atirado com uma FX Royale 400 .22  que atirou muito bem com slugs, atenção que este "muito bem" não é exatamente um "muito bem" num moderno cano STX mas em todas as distâncias a que atirei com slugs, consegui grupos idênticos e melhores até do que os que conseguiria se estivesse a atirar com pellets, passo a explicar, digamos que a Royale 400 em .22 e o seu cano, foram desenvolvidos para disparar pellets JSB Jumbo Heavy de 18.13gr. Com estes projécteis não é muito difícil, especialmente se não tiver vento, fazer grupos de um furo com 5 tiros a distâncias de 45/50m e a 100m, não será nenhuma proeza, conseguir grupos de 5 cm, (2 polegadas ou pouco mais), distâncias onde os pellets começam a perder velocidade e estabilidade de forma muito acentuada e onde começam claramente a perder terreno para as slugs com maior queficiente balístico e um formato que resiste melhor ao vento. Estas são duas das principais características que qualquer atirador de ar comprimido e não só, procura num projéctil, eu obviamente que não fujo à regra.

Aos atiradores mais experidntes, suponho não estar a dar novidade nenhuma se disser que a distâncias curtas, facimente os pelletes ganham as slugs ou melhor, facilmente os pellets conseguem agrupar "pellet on pellete" já que as slugs precisam de alguma distância para estabilizar, mas à medida que os pellets prosseguem o voo vão perdendo estabilidade e consequentemente, cada vez se vão desviando mais do ponto onde era suposto acertar, já as slugs, após estabilizarem, são capazes de galgar metros com menos perda dessa mesma estabilidade, como tal não será de estranhar que a 25m, as slugs não agrupem tão bem como os pellets, o que não significa obrigatoriamente, que a 75m as slugs não estejam a agrupar bem melhor que os pellets, no entanto e por estranho que me pareça a mim e a vós, mesmo a curtas distâncias, consegui excelentes grupos até para pellets.

Vamos então, ao que eu e esta Royale com o seu cano ST conseguimos com slugs HN. Se para mim e para a muitos outros atiradores a JSB está no topo no que a pellets diz respeito, no que toca a slugs, a HN leva também para mim e não só, alguma vantagem. E leva vantagem porquê? Porque para além de ter dois sub calibres tal como a JSB, são eles nesta marca checa o .216 e aquele que me parece ser atualmente o mais usado .217, já os alemães da HN tem .217 e .218, para além disto contam também nestas mesmas medidas com cinco pesos diferentes ao contrário da marca checa que em .22 tem neste momento apenas um peso, 25gr. A marca germânica tem como já disse, cinco pesos diferentes no calibre .22 a saber, 21, 23, 25, 27 e 30gr, como tal o óbvio foi começar por comprar amostras destes pesos nos dois sub calibres afim de perceber se a Royale simpatizava com alguma das dez variações desta marca. Comecei evidentemente pelos mais leves que para mim e pelo que já referi acima,  seriam as slugs que fariam mais velocidade, logo pela lógica, a gostar de algumas, seriam as mais leves. Acontece que não, a velocidade não é o único fator que conta para a precisão de uma slug, facto que eu já no calibre .177 tinha constatado e também numa FX Royale onde com os JSB dos dois pesos diferentes a saber, 10 e 13gr os mais leves portaram-se bem pior e ao que parece, nenhuma PCP cal .177 que eu tenha visto até hoje gosta da variante mais leve, logo mais veloz.                                                                 Se por um lado a velocidade é importante, a inércia na rotação não será menos importante, porque ao ter mais peso, também perde menos velocidade de rotação durante o voo, como tal há que conseguir um equilíbrio entre rotação, peso e velocidade, daí que a Royale .22 tenha gostado mais dos 23gr do que dos 21gr e do que qualquer um dos outros três pesos superiores. Notei também que gostou muito mais do .218 do que do .217, a ponto de me deixar muito mas mesmo muito surpreendido. Um cano que supostamente não gosta de slugs vai fazer um grupo de 12mm a 25m, muito próximo do que faz com pellets e a 100m menos de 2 polegadas mais precisamente 41mm, abaixo do que faz com pellets a esta mesma distância  e esta não é uma distância que se possa dizer que não é para pellets. Basicamente, a Royale com slugs, não perdeu para os tradicionais pellets a nenhuma das distâncias a que testei as slugs, nem mesmo a 18m que foi o primeiro teste no meu quintal.


Este é o cartão onde couberam os grupos  com os Slugs de 23gr .217 à esquerda e .218 à direita, ao centro estão os grupos a 25m do .217 mais a cima e .218 mais a baixo, na horizontal temos de cima para baixo, 100m, 75m e 50m, nesta foto não é bem visível a legenda devido ao tamanho das letras e números pelo facto do cartão ter dimensões bem generosas, como tal terão de fazer zoom para que seja possível ver o que está escrito o que ajuda a compreender.
P.s. não zerei a mira para as distâncias a que atirei.



Mas como o que é bom ou muito bom não dura para sempre, após os testes passei obviamente à compra de duas latas de slugs neste sub calibre e peso, infelizmente para minha surpresa e decepção, chegaram-me latas com slugs que agrupam de forma idêntica às amostras em .217, sendo que as slugs de uma das latas agrupam ainda pior. E pior porquê? Porque vinham bem mais lubrificadas que as outras, vinham completamente brilhantes ainda, bem ao contrário das da outra lata, que vinham tal como as das amostras, quase negras, um pouco mais escuras até do que os pellets com que normalmente atiramos.

Como disse anteriormente, uma das caixas trazia demasiada lubrificação que foi precisamente pela que comecei e que me decepcionou bastante, no entanto abri a segunda caixa e ao ver a diferença ganhei alento e esperança que com aquelas teria o problema resolvido,  não podia estar mais enganado, é certo que agrupavam melhor, ainda assim apenas ao nível das amostras em .217. Lavei os projécteis de ambas as latas com detergente de loiça, depois separei 20 unidades da lata com mais lubrificante que foram ainda desengorduradas com Mistolin, após a lavagem, retirei 10 unidades de cada que passei por vinagre na intenção de lhe dar alguma oxidação, já que as da segunda lata não nessecitavam de ser oxidadas, o vinagre apenas banhou as que precisavam de escurecer.


Na foto não é bem perceptível a diferença de coloração mas acreditem que na lata da esquerda, as Slugs estavam brilhantes enquanto que na lata da direita bem bem oxidadas e escuras.

Estas foram as latas que vieram após os testes com as amostras e que não tiveram o mesmo desempenho como referi.


Tratamento dado, chegou o momento de as testar em dois grupos de 5 tiros, grupos apenas à distância de 50m que em todos os tipos de tratamentos tiveram resultados consistentes com dimensões dos grupos sempre próximas das conseguidas com as amostras em .217 aos mesmos 50m o que para mim acabou por ser decepcionante.


Aqui fica a foto do cartão que estragou o sonho 



Mais tarde irei certamente experimentar com velocidades um pouco mais altas já que esta Royale tem um regulador Huma que permite regular varias pressões de tiro, para além do regulador, aguardo por uma pecita para adicionar uns pozinhos. Se conseguir algum resultado relevante, publicarei neste mesmo post, exceto a velocidade😁😁😁.

P.s. não publiquei as velocidades prpositadamente já que estamos em Portugal, apenas digo que o regulador estava a 160 bar numa arma como já disse com um plenum minorca e não irá passar daqui, mais tarde reduzirei a pressão.

I'll be back.


Como o prometido é devido, cá estou eu novamente para atualizar este post.

Ultrapassado que está o trauma das latas de slugs que não agruparam como as amostras, passei então para os pellets onde estes canos se sentem como peixinho na água. Como fazer grupos com PCPs é demasiado aborrecido, não perdi tempo a fazê-los a 25 ou 50m, após os grupos que aqui venho mostrar, atirei a outras distâncias mais curtas apenas para fazer a curva. A manhã começou praticamete sem vento e como a calmia não dura muito tempo, há que saltar etapas e começar logo nos 91m (100 yards), seguidamente 100m, 110m e finalmente 120m, apartir daqui começa a ser muito puxado para atirar com pellets, a menos que se queira acertar em alvos de tamanho XL só porque sim, só para dizer que se acerta numa coisa qualquer a uma distância maluca, era esta de facto a intenção quando comecei a testar as slugs, conseguir distâncias um pouco maiores sem me preocupar tanto com o vento mas o que lá vai, lá vai, passemos ao que é realístico para esta excelente arma que nasceu uns valentes anos antes de nascerem as slugs. 


Posto de tiro


Nesta foto é possível ver o primeiro alvo a 91m, o segundo a 100m já com o agrupamento e o terceiro lá mais longe e mais pequeno na vedação, três alvos do mesmo tamanho, 125X125mm



Às 8 da manhã já o Sol tinha nascido há uma boa meia hora, não havia vento, embora por vezes uma leve brisa se sentisse, o estaminé estava armado pronto para dar início aos testes e confirmação de que a curva feita através do Strelok não era bem a verdadeira curva que os JSB Jumbo Heavy descreviam até atingir os alvos a estas distâncias.

Obviamente que já tinha visto alguns vídeos no YouTube com reviews da Royale 400 e já mais ou menos sabia o que esperar,  meia polegada a 50m,  distância a que não atirei e duas polegadas sensivelmente a 100 yards, os tais 91m. Depois de verificar o click num alvo ao lado e fazer a devida correção, lá fiz o primeiro grupo de 6 tiros e nem queria acreditar no que os meus olhos estavam a ver mas ok, por vezes fazemos um grupinho irrepetível.


Pena mesmo o flyer para estragar um grupo de sonho.




Lá ao fundo, entre as correntes e a cima do alvo, é possível ver o carro ao lado da bancada de tiro, os acertos que se veem deste lado do alvo pertencem a outras sessões de tiro.


 

Passei então aos 100m, um alvo de chapa de ferro de 5mm de expessura tal como o primeiro com 125X125mm, exatamente como o que estava mais à frente a 110m de distância. Sem vento estava confirmado que o cano da Royale, apesar de gostar dos JSB Jumbo Heavy como era suposto, gista também muito deste lote, pois o grupo excedeu novamente o que eu esperava como se pode ver.


Mais 6 tiros a 100m e mais um excelente grupo





A coisa estava a correr demasiado bem para ser verdade e apartir dos 100m, devido a erro meu ou porque o chumbo já começa a perder estabilidade, o grupo acabou por abrir bastante, não deixando de ser um bom grupo, deixou pelo menos de ser excelente. 



Passar para a fase seguinte ou seja, 120m já não era possível na mesma direção,  a menos que eu andasse a saltar vedações e eu já não tenho idade para isso. Mudei a direção até porque entretanto a brisa começava a dar um ar da sua graça e passei a ter a brisa pelas costas.


Aqui já atirei a uma chapa de inox mais fina de 150X150mm pensado eu que os acertos iriam já ficar bastante espalhados, puro engano.


Mais um irritante flyer ao segundo tiro para estragar aquele que podia ter sido mais um excelente grupo de 6 tiros




Podia ter ido mais além? Podia mas acho que não vale a pena, distâncias superiores começam a não fazer sentido, a menos que tenha sempre estas condições para atirar, quase ausência de vento e uma bancada à maneira, coisas que não acontecem todos os dias e condições que apenas se têm se eu entretanto começar a gostar de atirar para fazer grupos o que digo desde já, será muito difícil,  ainda para mais ao preço qhe está o chumbo.

Pronto, estão concluídos os testes e agora sei o que pode esta arma fazer nas condições quase ideáis, até à próxima que não sei quando será, esperemos que não demore muito.

Bom Natal aos que por aqui passarem até amanhã, que será véspera de Natal.

domingo, 30 de outubro de 2022

Artemis PP750

 


Um amigo meu estava com um problema de fuga de ar na sua fusca PCP, vai daí pediu-me para dar uma vista de olhos naquilo porque já tinha desmontado e montado a arma algumas 3 vezes e não dava com a fuga.

A fusca veio, reparei a fuga e obviamente tive que experimentar a chinesinha, uma Artemis PP750 5,5 (.22), confesso que estava um bocado apreensivo e neste momento mesmo não a tendo testado da mesma forma que faria com uma arma melhor, posso dizer que fiquei com boa impressão da arma,  embora tenha detetado uns defeitos próprios da marca, que sendo chinesa e barata não se pode esperar muito melhor.

Não a medi mas tem dimensões que dão perfeitamente para meter numa mochila e levar para fazer uma passeata no campo, para que a qualquer momento que seja possível e seguro, atirar e fazer um plinking, sim, esta não é propriamente uma arma para tiros com muita precisão, entre outras coisas, não é regulada, o gatilho é pesado e o formato para empunhar também não é o melhor mas uma arma de grande precisão também não é o que se pretendia ao construir  este este modelo, esta arma é para fazer com ela o que eu acabei de dizer, meter-lhe uma mira telescópica de preferência compacta, metê-la na mochila e aí vamos nós pró campo.

Para fazer um teste rapidinho comecei por lhe montar uma Panorama 4-12×50 AO da Hawke, ok não é a mira ideal por ser um bocadinho grande para uma arma tão pequena mas era a mira que tinha desmontada e como tal, foi a que lhe meti em cima, também lhe enrosquei um coletor de pó de chumbo na ponta do cano, marca Weihrauch, não sei se já alguma vez ouviram falar. Meti-me com ela no carro e fui pró mato. Calma, com ela, a Artemis, lá fui até um descampado não muito longe de casa, levei a garrafa d'ar para encher o cilindro já que como este é pequeno, tem pouca autonomia, ainda assim dá bem para fazer dois magazines de 7 chumbos com uma curva certinha, peguei também nuns JSB Exact Jumbo um bocadinho oxidados que tenho aqui numa lata já com uns anitos e aí vamos nós. Cheguei ao local e comecei por meter uma tampa de garrafa de iogurte no chão a 25m para zerar mais ou menos a mira,  depois de +/- zerada atirei a um spiner de ferro feito pelo "je" que espetei numa árvore a 27m e de dentro do carro com a arma apoiada no braço e por sua vez apoiado na janela, lá fiz um grupinho que não me deixou nada impressionado mas também os chumbos como já disse não estavam no melhor estado e quere-me parecer que os chumbos se esfregam bastante no magazine antes de entrarem no cano, pelo menos a ver pela força e ruído que se faz na alavanca lateral para meter o chumbo no cano é a impressão com que se fica, basicamente a mesma impressão que tenho quando uso a minha Artemis CP1 com magazine igual e que faz piores grupos com o magazine do que sem este. Depois dos balázios no spiner, quis também acertar numa lata de atum e numa tampa de garrafão um pouco mais pequena que a lata mas agora a 40m, acertei ao fim de uns 3 tiros já que não sabia bem a compensação a dar, assim que a achei, mandei uns balázios nas duas coisas sem grandes problemas. Com 12X numa mira de segundo plano focal, são precisos apenas 2,5/2,75 dots para acertar a 40m num alvo com cerca de 5 cm de diâmetro o que até nem é muito mau para uma arma que faz 18j com Exact 5,5.




O tiro mais a baixo à direita foi o primeiro, depois dei uns clicks para corrigir que acabaram por ser demais, mas pronto, estava a acertar onde queria




Tanto a lata de atum como a tampa do gerrican, já tinham um tirito de 4,5 o engraçado é que na tampa de plástico ao contrário da lata, o furo de 4,5 não é muito diferente do furo de 5,5



Feitos os testes com mira telescópica, chegou a vez de fazer um teste que já há algum tempo andava "pra" fazer com um Red Dot de airsoft que meti numa Gamo de Co2 que tenho. Este é um teste que podia perfeitamente fazer no meu quintal e assim fiz, pensei eu que devido ao paralaxe bérinha de um Red Dot de airsoft, não precisaria mais do que meio quintal até começar a espetar balázios na parede. Não podia estar mais enganado e à medida que me fui afastando do alvo a zerar o Red Dot, o queixo ia-me caindo até que cheguei ao fundo do quintal de onde atirei à distância de 19m. Então não é que fiz um grupo maravilha, Como muitos sabem, estes aparelhos de pontaria na sua maioria não têm aumentos e o ponto vermelho para que seja bem visível, tem dimensões generosas, neste caso e a 19m, o ponto preenchia todo o círculo preto do alvo o que acabou por facilitar a coisa, o certo é que com um aparelho barato, que obviamente não aconselho para springers fiz um grupinho do tamanho de uma moeda de 1€ o que significa que tem um paralaxe bastante mas bastante melhor que um Red Dot da Hawke que tive há uns anos e que rapidamente despachei há malta precisamente do Airsoft, que atiram perto e a alvos bem grandes, logo, sem grande necessidade de aparelhos de pontaria muito bons.






E pronto, o teste tá feito, a impressão não foi boa nem má, antes pelo contrário, um dia ainda compro uma coisa destas mas se comprar, prefjro em 4,5 por ter uma curva mais tensa, o que para mim é melhor.

Pontos positivos: ficou bastante silenciosa, bastante mesmo, com o tal coletor de pó de chumbo, e com um simples Red Dot fica uma arma muito divertida para tiros que não são bem aqueles que mais vezes fazemos.

Quanto aos pontos negativos tenho de dizer que atendendo ao preço da arminha e ao fim para que foi criada, não há muito a dizer, apenas aponto o magazine como aspeto a rever pela marca já que a má qualidade deste, afeta não só a precisão como a percepção da qualidade com que o atirador fica.

Até um destes dias e bons balázios.


sábado, 8 de outubro de 2022

Guerra às gajas que são uma praga

 Quando não temos nada pra fazer e apetece mandar uns balázios vamos à caça.

Bem sei que é proibido caçar com armas de ar comprimido, como tal... 

Neste momento não passo de um fora da lei 

Deixo aqui a prova do crime.


              Para este crime escolhi a sempre            fiável HW55

     
  Preparação do isco.
       Não, não vou atirar em gatinhos

      Alvo colocado a uns 16m mais coisa menos                                             coisa

                    Vista para o cenário do crime

        A primeira tentativa apenas resultou numa                         mutilação seguida de assassinato 

A primeira vítima ficou apenas impedida de voar 

        A segunda vítima não ficou tão fotogénica                                     como a primeira


    Após inspecção por parte da malta da aviação civil, chegou-se à conclusão de que sobrou uma          asa em mau estado mas sem se perceber se                                 é a esquerda ou a direita


sábado, 10 de setembro de 2022

Iniciação nos Slugs


Já vi na net grandes brilharestes com estes projécteis, não em 4,5 como neste caso nem com armas como uma simples Gamo Coyotge, como tal a expectativa não era alta até porque não me dei ao trabalho de andar ali à procura da velocidade que eles preferem. A margem de manobra não é muita Já que a arma está de origem o que equivale a dizer que não é possível sacar grande potência, 24j ou menos mas menos de 24j para projécteis que se querem pesados e para distâncias pouco convencionais talvez não seja grande ideia.
O dia não era o mais indicado para estas experiências já que para não variar a tarde estava ventosa como quase todas este Verão, comecei com um alvo a 50m e fazendo os 3 primeiros tiros com os JSB Exact Heavy que ela gosta, não foi um grupo dos melhores que já lhe vi fazer mas serviu de referência, compensei o vento mas um pouco a cima para que o grupo não se misturasse com os seguintes, o grupo seguinte foi feito com os JSB Knock Out mais pesados, 13,43gr, aqui decidi não compensar nada, apontei diretamente à pinta vermelha e o grupo de também 3 tiros surpreendeu-me de duas formas, a primeira porque praticamente não desviou com o vento que naquela altura tinha acalmado um pouco embora continuasse a soprar, depois surpreendeu-me também porque caíram bastante, mais do que o que os Heavy se eu tivesse também apontado à pinta. Faltavam os JSB KO de 10,03 grains bem mais próximo dos Exact Heavy embora um pouquinho mais leves, apontei também à pinta e impressionante, não cairam, não sei se devido à armónica do cano, o certo é acertaram à direita empurrados pelo forte vento mas cair é que não, um deles veio cá parar a baixo junto dos irmãos mais pesados e por isso repeti mas levando os outros dois a fazer companhia de mais perto ao primeiro.
Como se percebe facilmente, os grupos com os Slugs estão muito longe de deixar alguém satisfeito ainda assim não desanimei e fiz o teste a 98m já que o Marcos, meu companheiro nestas coisas, já me tinha avisado que a 100m os resultados não são muito diferentes dos que se fazem a 50m. 

Para que se perceba melhor o tamanho dos grupos, devo dizer que a bolinha vermelha tem 19mm de diâmetro.



Este é um post que estava aqui em memória e que nem reparei, como tal só hoje, 10/09/22 foi publicado.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Weihrauch HW55

 


A bela Weihrauch HW55




Duas imagens de marca das HW55


Primeiros 5 tiros de miras abertas com a arma apoiada num saco de arroz só para experimentar. O resultado mostra bem o estado em que está a minha vista ou então o meu maldito jeito.


Há muito tempo que andava para meter as garras numa arma destas, até porque é dos poucos modelos da marca alemã que eu ainda não tinha experimentado, como tenho um projeto em projeto, lá arranjei maneira de encontrar uma 55 e dar-lhe um novo lar.

Muito tinha já lido sobre este modelo, a vontade de a experimentar era mais que muita, li algumas coisas que afinal não são bem como dizem, pelo menos nesta e na configuração em que esta se apresenta (sem truques excepto o muzzle). Uma das coisas que li e que mais me chamou à atenção foi numa pagina qualquer de airguns no FB, onde lhe chamaram "recoiless". Ora bem, sendo este modelo de mola e que eu saiba sem nenhum mecanismo de antirecuo, fiquei a pensar naquilo. De facto não se pode dizer que que esta seja uma recoiless mas não me admira nada que com uns pozinhos lá dentro e um pouco de peso extra, não se torne sim, numa quase recoiless, ainda assim a meu ver, só com muito boa vontade o poderemos dizer.

Nos primeiros tiros que fiz com ela apontada a um alvo, fi-lo apoiada num saco de arroz e de mira aberta, como já aqui disse várias vezes, a minha vista já não está grande coisas pra estas aventuras, nem eu sou sequer um atirador que possa fazer bons resultados atirando de pé, no entanto fiquei contente com o resultado já que esta arma tem uma coronha que a mim me parece ser faia o que não lhe acrescenta muito peso e como já disse anteriormente, senti algum recuo logo, não fiquei à espera de fazer um furinho de 4,5mm num grupo de 5 tiros pelos motivos que acabei de dizer. Fiz um grupo idêntico ao que faria com a HW50 o que só por si já foi bastante bom.



A 55 com uma Hawke 2-7X32 AO com um retículo um pouco grosso que não facilita muito a precisão da arma, no entanto sempre me facilita a mim que já tenho a minha vista bastante longe dos 100%


Embora eu não conheça bem este modelo, na primeira vez que basculei o cano, achei que havia ali qualquer coisa que não estava bem, ao destrancar o cano, este quebrava logo, depois ao fechar, senti que estava algo presa no momento da união o que não fazia sentido algum, após os primeiros tiros também percebi que o maravilhoso gatilho teria de ser alvo de afinação, 1° estágio um pouco longo e o segundo um pouco pesado no momento de quebrar. Como disse, não tenho experiência com este modelo mas ainda me lembro das HW35 que já experimentei, ali tudo é harmonioso, como tal, aqui não pode ser diferente.

Com tudo isto, resolvi em primeiro lugar, fazer alguns grupos antes de mexer no que quer que fosse, meti uma mira telescópica em cima para retirar o erro da minha vista e não só, esperimentei alguns chumbos match, nada de topo e uns round nose JSB RS. Com os match a coisa correu como seria de esperar, a mira, uma Hawke 2-7X32 AO, não tem um retículo particularmente fino, o paralaxe também não é propriamente dos melhores, daí que tenha feito uns grupos quase idênticos ao primeiro que fiz de mira aberta, já com o RS, filha da puta de grupo, até me passei, nem quis repetir só para poder curtir o momento, Ok, também sei que os JSB RS não cortam o papel como os chumbos Match, ainda assim é um excelente grupo.





Julgo que agora é virem os óculos para o atirador, para poder tirar o devido partido desta grande arma e usá-la como deve ser usada.

Fica o registo para a posteridade, mais tarde e com uma revisão feita, voltarei a este post para publicar e comparar resultados com uns chumbos melhores, neste momento e sem abrir, penso que não vale a pela testes muito exaustivos.

Para terminar, fica um comparativo após a limpeza dos canos com  a também ela maravilhosa FWB300, com chumbos de treino, com as armas apoiadas e com miras telescópicas. O RWS Diabolo Basic não é o chumbo de treino que a Fein. mais gosta mas quis comparar com o chumbo que talvez a maioria dos atiradores de 10m usa para treinar. O resultado talvez surpreenda muita gente.


Parece-me uma bonita foto de duas armas que ficam muito bem na companhia uma da outra.





No verso de dois dos alvos somei os tamanhos dos grupos e sim, é verdade, a 55 ganhou à 300 mas não é menos verdade que usando a giria popular do futebol para fazer uma analogia, já muita vez, equipas de escalões secundários ganharam às equipas dos escalões principais, não é por isso que os ganharam fossem melhores que os que perderam.


Até à próxima companheiros de balázios.