quinta-feira, 23 de abril de 2020

Gamo Gamatic

Se há coisa que o Covid 19 nos trouxe foi tempo, e quando temos demasiado tempo nas mãos dá-nos para fazer de tudo, até para atirar com armas que já deveriam ser só para decoração.
Há uns 2 anos mais coisa menos coisa, um amigo meu deu-me uma velha Gamo mal tratada que andava lá por casa. Essa Gamo era uma Gamatic já sem o tubinho carregador e muito ferrugenta, foi nessa Gamo que me aventurei a fazer uma oxidação a frio mas que devido ao metal que a ferrugem já tinha comido, à fraca qualidade do ácido e à minha fraca qualidade para oxidar nesta situação, o trabalho não ficou nada de jeito e acabei por vender a arma mais para pagar parte do trabalho que tive com a espécie de restauro do que para ganhar alguma coisa.
O certo é que fiquei a gostar daquela arminha com aspeto de metralhadora o que me levou a comprar uma outra por um preço simbólico já que a arma não tem grande valor comercial, esta já veio com o tubo magazine, e sem ferrugem, ainda assim fiz uma revisão e dei uma pintadela na coronha metálica que serve de chassis aos plásticos a imitar madeira, se descobrir as fotos do trabalho com a primeira e esta segunda ainda aqui as ponho embora não seja do restauro que aqui venho falar.
Como disse comprei uma outra mais para decorar a parede do que propriamente para fazer tiro com ela e com o tempo todo que agora infelizmente tenho o que é que me deu para fazer?
Exatamente, mandar uns balazios, vai daí que meti uns RWS Diabolo Basic que tinha à mão já que ultimamente me tenho dedicado ao tiro a 10m com a FWB 300 e a uns 8 metros de pé, atirei a um alvo de papel, então não é que até agrupou bastante melhor do que eu pensava, o mais estranho é que a arma até tem folgas entre o bloco do cano e a ação, (penso que faltem duas anilhas, uma de cada lado do bloco mas sinceramente ainda nem fui pesquisar). Como o grupinho foi jeitoso, fui experimentar outros chumbos e confesso que já atirei com armas mais recentes e sem folgas que são bem piores que esta, inclusivamente algumas Gamo. Já depois deste dia lembrei-me de experimentar com BBs porque as esferas sempre têm tamanho para caber no magazine (os chumbos atualmente são mais compridos do que os que se faziam na altura)
Os resultados não são obviamente nada de espantar excepto um, com uns chumbos Gamo Match de uma lata já velhota que tenho nem sei desde quando.
Se alguém aqui tropeçar peço desculpa pela fraca qualidade do post já que não tem grande interesse para nada mas para mim fica o registo do que uma arma velha com folgas que também tenho e como nos podemos também divertir a mandar uns balazios com as nossas relíquias.
Acredito no entanto que sem folgas seja possível fazer melhor com todos os outros chumbos e passar uns bons momentos a atirar a umas latas.  


Foto dos grupos de 5 tiros

Pelos furos dá para perceber quais são os furos de um e outro chumbo

Gamo Match de hoje

Gamo Match antigo
Nunca mandem chumbos para o lixo, nunca se sabe se algum dia em alguma arma
vão fazer uma gracinha

Estes foram uns tiritos com esferas mais ou menos na mesma distância de 8m,
o alvo não está de lado, foi mesmo assim que ficou no porta alvos 

terça-feira, 14 de abril de 2020

Só ia assistir a uma prova e olha...

Nesta foto está registado seguramente um dos meus primeiros 40 tiros no Field Target.
Foi no Alentejo, na bela vila de Sousel a uns 13 kms de outra vila onde tenho todas as minhas raízes, Veiros.
Já nem me lembrava que um dia tinha partilhado esta foto no FB ou melhor, já nem me lembrava desta foto mas agora que o Face Book me lembrou aqui aqui vai o post porque na altura ainda não tinha o blog acho.




Como já andava a mandar uns balazios jeitosos há algum tempo e já tinha um materialzito também jeitoso, comecei a ler sobre tiro com ar comprimido e descobri o fórum da APFT onde comecei a fazer perguntas e a mandar uns bitaites, foi também neste fórum que pela primeira vez ouvi falar em Field Target, andava ainda a explorar o fórum quando saiu o cartaz de uma uma prova de dois dias que por sorte até era bem perto de onde tenho casa, vai daí, falei com o mano que já tinha contagiado com o gosto pelo tiro há uns anos mas que tal como eu deixou passar uns anos também com a arma em cima do guarda fatos, como disse, falei com o meu irmão e lá fomos nós assistir à prova.

A arma estava no carro, afinal não era a primeira vez que ia para o Alentejo com a pressão de ar, não a 77 como neste dia mas agora tinha uma arma bem boa e ali era um sítio com muito espaço onde até se podia atirar sem problemas logo, havia que aproveitar.
Se não me engano até fomos logo na sexta feira porque ainda são bem umas duas horas e meia de caminho da minha casa até Sousel e a prova começava cedo, como tinha cama lá pertinho olha...
No sábado bem cedo lá estava eu mais o mano para assistirmos ao evento, o meu irmão já conhecia o Luís e até já tinha atirado com ele num treino, eu é que ainda não o conhecia pessoalmente. Lá me apresentei e disse ao que ia.
Quando o Luís Barreiros fez as equipas  e chamou o nome do meu irmão e o meu, eu nem queria acreditar, já não me lembro bem mas devo ter pedido se podia atirar mas obviamente que antes ou depois da prova eu nem tinha ainda Licença Federativa nem sabia que aquele dia era uma espécie de dia de treino a ideia era mesmo assistir à prova, muito sinceramente nunca esperei atirar naquele dia aos mesmos alvos que os cromos portugueses do FT e até mundial iriam atirar também.
No final do habitual briefing antes de começar a atirar fui dizer ao Luís que não tinha licença federativa nem tão pouco sabia as regras como tal teria de me retirar da lista ao que o Luís me respondeu, -- não faz mal isto hoje não conta pra nada e o Hicham explica-te como hás-de fazer, vai lá e atira com ele.
Naquele dia aquela pista tinha apenas 40 alvos e já não me lembro se fiz 12 ou 14 acertos o que para primeira vez não era assim tão mau como eu pensei, para mim foi uma prova de HFT porque atirei por dots, aliás foi a única vez até hoje que atirei por dots no FT.
No final começaram a dizer-me que para primeira vez até tinha sido um bom resultado deram-me a volta à cabeça completamente, eu já estava maravilhado com aquilo tudo, ainda por cima acertei nuns alvos pronto, fiquei rendido, completamente agarrado à modalidade.
O repasto foi ali mesmo, na sede do Clube de caçadores de Sousel, foi um convívio que contagia o gajo mais bicho do mato que se conheça por isso esta é para mim ainda hoje a melhor prova do campeonato nacional, não só pelo local mas principalmente pela magnifica organização e condições que o clube tem para a realização destes eventos.
Na parte da tarde ainda houve tiro numas silhuetas, coisa que nunca mais vi em qualquer outra prova mas aqui já não participei porque a chuva fez questão de dar um ar da sua graça e a HW77 não se podia molhar senão ainda se constipava.
Não é que tenha sido a vez que mais acertos fiz obviamente mas foi seguramente a prova em Sousel que melhor me correu até hoje, não tinha qualquer tipo de pressão, foi puro divertimento na companhia do Hicham, grande atirador, grande pessoa e grande atirador também.
Lembro-me de olhar para o Luís campeão nacional em PCP, a Ana Pereira campeã europeia e mundial também em PCP, o Sergio Rita nem sabia que era o Presidente da WFTF e o Andy Kees Ex Presidente mas que gosta de vir a Portugal a esta prova, depois estava o Bruno Silva, o famoso Vakeiros que tunava as armas à malta e que hoje vende armas com as suas coronhas para a Europa e até para os Estados Unidos e eu de repente ali sem saber como, a atirar com aqueles cromos todos mais o mano que também foi neste dia que começou nestas andanças.
Muito já aqui falei neste desporto, no ambiente e nas pessoas havendo uma, a que me apadrinhou por quem tenho enorme apreço, não só pelo que já disse e pelo que me tem ensinado mas também pelo excelente caráter, falo obviamente do Luís Barreiros, um muito obrigado por tudo, se hoje já passei grandes momentos a atirar, ao Luís o devo.
Muito obrigado Luís.