sábado, 23 de janeiro de 2021

Diana 70 review

Conforme disse há ums dias, cá está a Diana 70 do meu amigo António. 
Os que vão acompanhando o bloge sabem  bem que não sou propriamente fã da Diana mas para início de conversa devo desde já dizer que esta pequena me surpreendeu pela positiva, e explico já porquê.
A Diana 70 é basicamente uma pistola de cano articulado mascarada de carabina que foi projetada para crianças até praí aos 8 anos no máximo, uma carabininha para as crianças poderem ter um primeiro contacto com as armas de ar comprimido e esta 70 está precisamente no primeiro patamar do tiro a 10m, a seguir vem a 72 e finalmente a 75 que roubou umas medalhas nos Jogos Olímpicos à minha preferida Feinwerkbau 300.
Esta Diana 70 na verdade é uma pistola mod. 5 numa pequena coronha de carabina  assim como a Diana 72 é uma postola mid. 6 numa coronha de carabina, ambas tinham o mesmo propósito, iniciar os jovens no tiro com carabina a 10m.
Mas voltando à Diana 70, aqui ficam alguns números para melhor se perceber do que estamos a falar.  

1,929 Kg de peso
84 cm de comprimento 
34,6 cm de cano exterior
18 cm de cano real
104.5 m/s com JSB Exact 0.547g
3J de potência

Quando digo que este brinquedinho me surpreendeu pela positiva digo-o porque não estava à espera que esta pistola com aspeto de carabina tivesse a precisão que tem aliás, até acredito que tenha um bocado mais do que vão ver nas fotos, é que não me perdi muito tempo para encontrar o chumbo que ela mais gostasse nem perdi também muito tempo a fazer grupos que fizessem jus ao real valor da arma.
Penso que o que mostrou nos alvos é mais do que suficiente para uma criança de 8 anos.
Os tiros que fiz, fi-los comna arma apoia num saco de arroz. Mesmo para um bom atirador de 10m que não é seguramente o meu caso, é difícil fazer algo melhor do que o que aqui vou mostrar, acreditem que é bem difícil atirar todo encolhido com algo tão leve e esta é também a forma como os putos e graúdos começam a atirar.
O dioptro obviamente não é o mesmo que se pode encontrar numa Diana 75 mas também não é nada de muito diferente, até neste aspeto esta arma é uma escola para futuros atiradores olímpicos.


Muito bonita e com pormenores interessantes como o dioptro e a possibilidade de ajustar o tamanho da coronha, o gatilho também tem ajuste de peso mas ajusta mesmo não é como algumas armas de hoje em dia que apenas lá têm o parafuso apenas para enganar o freguês .



O cronografo está configurado para chumbo mais leve, como tal fiquemos apenas com a velocidade que fez com o JSB Exact.

10m foi a distância a que atirei, não ajustei o dioptro já que ia atirar com vários chumbos e o que interessa é ver como agrupa e não a contagem de pontos.

Estes 4 chumbos não são dos melhores que existem hoje em dia mas são tão bons ou melhores que os que se podiam encontrar na decada de 80 e os melhores naquela altura também não eram para armas como esta.

Não vale a pena medir grupos, já que estes são alvos com as medidas oficiais de C10 o que nos dá perfeita noção do tamanho dos grupos.





Aqui está a base para a Diana 70, o mod. 5



terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Há armas e armas

 Gosto muito mas mesmo muito da minha HW50. Gosto muito da TX200 mas a Feinwerkbau 300 é decididamente a melhor que tenho, aquela que mais prazer me dá ao atirar.
Vamos por partes, a Weihrauch HW50 é como sabem, a minha favorita, a arma em que posso pegar e levar para qualquer lado, para fazer qualquer coisa que se faça com uma pressão de ar, seguramente que vai fazer bem o que tiver que fazer. A TX é sem dúvida uma arma também bastante precisa mas grande e pesada, indicada para desporto, é um Ferrari muito bom para pistas de F1 e auto estradas mas que não se dá bem numa pista de kartings ou dentro da vila. A HW85 é grande e já um bocadinho pesadota, o grande cano não lhe dá a melhor precisão nem a melhor maneabilidade, por ser magnum é bruta no momento do disparo, uma arma que tal como a 50 não é indicada para nada mas que ao contrário da 50, também não se pode dizer que seja boa em alguma coisa. A 50 velhota é por excelência uma arma para plinking, não tem uma precisão ao nível das armas de hoje mas é pequena, pouco potente logo macia de atirar e relativamente precisa para qualquer brincadeira de quintal, basicamente é uma arma para atirar de mira aberta. A Gamo Coyote é uma PCP, excelente relação preço/precisão, o magazine de 10 tiros torna a coisa fácil quando não sabemos o que havemos de fazer a tanto chumbo, tem potência para não ser preciso dar grandes voltas à cabeça quando não sabemos muito bem a que distancia está o alvo mas preciso andar com botijas de ar às costas de um lado para o outro e quando acaba o ar, acabam os tiros. A outra Gamo, a Gamatic, é uma arma de plinking, com esta não precisamos de pensar que chumbos vamos usar desde que não sejam mais compridos que o JSB Express, até BB's se podem meter no magazine, a Gamatic é basicamente uma excelente pistola de ar comprimido mas um pouco mais potente e bem mais precisa que a maioria das pistolas no entanto não é a arma mais indicada para alvos distates ou pequenos, são 5 ou 6J, já nem me lembro, que quando disparados contra tábuas acabam por ser devolvidos ao atirador.  
A Feinwerkbau 300 é outra loiça, é uma pura arma de competição de 10m, esta senhora é uma clássica de ponta a ponta, pesada, pouca potência, um gatilho de sonho e um cano simplesmente eapetacular, a arma com o melhor cano que tenho com toda a certeza, num dia sem vento e com uma boa mira em cima, facilmente faz corar de vergonha a TX 200 ainda que o alvo esteja a 50m. É impressionante a facilidade com que se consegue acertar naquilo que queremos, MAS, há sempre uma MAS, não é leve, não é pequena, não é sequer de média potência, logo nunca podia ser uma arma polivalente como a 50, no entanto meter-lhe uma mira telescópica em cima, apoiar num saco de arroz e acertar onde se aponta, é a coisa mais facil deste mundo, e como já disse, é arma para acertar os tiros todos numa carica que esteja a 50m desde que não esteja vento volto a repetir, esta é uma das suas limitações, a outra é atirar a alvos que se encontrem em inclinações positivas, quaisquer 10/15° são chatos para esta arma que no seu excelente mecanismo tem um trenó onde desliza assim que faz o disparo mas, agora vem o outro MAS, o seu excelente cano, o seu excelente gatilho, sim o gatilho da Fein. 300 é melhor que qualquer um dos gatilhos dos gatilhos das Weihrach cá de casa, a juntar a tudo isto temos uma excelente coronha de nogueira que faz as delicias de qualquer atirador.
Hoje meti-lhe em cima uma mira muito básica, uma Hawke 4X32 para fazer uns tiritos no quintal e é impressionante a doçura desta arma e a facilidade com que se metem os tiros onde quero sem ter de estar a pensar num monte de coisas, basicamente é uma PCP mas com apenas 9J, aponto e puxo o gatilho, pronto, já tá, seja com o chumbo A ou B, o chumbo vai lá parar ao sítio onde apontei, claro está, que quando tem de se apontar para um 10 a coisa muda de figura e "por um ponto se perde, por um ponto se ganha", como tal há que escolher muito bem o chumbo mas como as Fein.300 já estão reformadas e já não são  armas para essas andanças, o RWS Diabolo Basic é mais que suficiente para atirar a 20/25m. 
Hoje foi assim e ou muito me engano ou tal como no último confinamento, a 300 vai ser uma amiga que me vai ajudar a passar algum do meu demasiado tempo livre.


Precisou ainda de uns dois ou três clicks para ficar no ponto .

Não se pode dizer que sejam grupos do outro mundo mas se não são melhores é porque com uma mira de apenas 4X ainda por cima com um reticulo grosso não se podem pedir milagres. 


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Paulo, este post é para ti companheiro.

 O post de hoje é inteiramente dedicado ao meu grande amigo de infância, o Pardal que é um dos apelidos do Paulo e vai agora a começar a saber o que são carabinas de ar comprimido a sério.
Paulo, neste momento vives do outro lado do Atlântico e tenho muita pena de não te poder ajudar mais e melhor a tirares o que de melhor tem a tua Weihrauch HW80.
Já que querias uma magnum de cano articulado preferia que tivesses comprado a HW95k mas como estava esgotada, a 80 é também uma excelente arma e de certeza que te vais divertir bastante com ela.
Espero que já tenhas o cano bem limpo como te disse, agora vais ter de mandar uns 20 ou 30 balazios para que a arma comece a agrupar normalmente.
Agora vais ver a diferença entre o chumbo que a arma escolhe para ela e o chumbo que alguém escolhe para a arma e vais também perceber que por vezes chumbos da mesma marca e mesmo modelo podem ter desempenhos bastante diferentes.
Neste post usei uma arma que é meio HW80, meio HW95, basicamente é uma mistura das duas, a coronha e o cano são iguais à 80, a ação ou seja, o tubo onde está a mola e o piston é igual à 95.

Esta é a bancada de tiro aqui do quintal
Nesta foto a baixo podes ver dois grupos de nem sei quantos tiros mas para o caso também não interessa, o certo é que são feitos com chumbos da mesma lata.
Nesta lata de um lote que não presta pra nada vinham chumbos em que uns entravam apertados no cano (grupo do lado esquerdo), outros entravam mais ou menos normal (grupo do lado direito).
Eu apontei sempre ao centro das pintas mas como facilmente podes ver, esta treta de chumbos têm POI's (point of impact) diferentes, se tivesse disparado todos os tiros para a mesma pinta parecia um tiro de caçadeira, ainda assim o grupo da esquerda não está muito diferente.

Aqui já podes ver que no grupo da direita em que usei precisamente a mesma marca e modelo de chumbo dos grupos de cima mas desta vez já com um lote melhor onde pelo menos todos os chumbos entravam com a mesma(pouca) resistência.
No lado esquerdo o grupo é de apenas 5 tiros porque esta lata já não tem muitos chumbos e a 85 gosta muito deles mas podes ver que agrupam bem melhor, para não variar lá está o flyer da ordem mais à esquerda mas com uma arma de cano longo já se espera que erros destes aconteçam, nesta foto também dá para ver perfeitamente que quando mudas de chumbo o POI provavelmente vai também mudar.
Obviamente que estas mesmas marcas e modelos de chumbos agrupem bem ou muito bem na tua arma mas quase que te garanto que dentro da JSB vais encontrar chumbos que a 80 vá gostar, como é uma 80 de piston grandalhão até pode ser que prefira chumbos um bocadinho mais pesados como os JSB Exact Heavy ou os HN Baracuda Match, experimenta também os HN FTT.

Como podes ver, com os JSB uma moeda de 1 cêntimo chega para cobrir o grupo e mesmo que tivesse feito 10 tiros como no grupo ao lado, a moeda de 1 cêntimo continuava a bastar para cobrir o grupo.

Braçorro e vamos falando.


20/01/2021
Atualização 

Porque eu também ando a tentar conhecer as manhas desta HW85, como tal tenho de fazer as experiências da praxe.
Hoje e porque se trata de uma arma magnum fui fazer uns grupos com a arma apoiada na palma da mão para perceber se faz ou não diferença, os 18 Joules de potência não se pode dizer que sejam muito exigentes neste aspeto mas se tivesse mais potência acredito que fosse mais manhosa.
Como disse, fiz os grupos 1, 2 e 3 com a arma apoiada na palma da mão e o grupo n° 4 apoiada apenas no saco mas no mesmo ponto em que apoiei no grupo 3 ou seja com o apoio no início do rasgo do fuste, a seguir mostro as fotos omde se vai perceber melhor.


Comecei da esquerda para a direita sendo que o grupo em que o apoio foi feito apenas no saco de arroz é o da direita mais a cima.

Este foi o ponto de apoio do primeiro grupo de 6 tiros mas com a minha mão esquerda entre a arma e o saco de arroz e sem o apoio traseiro da coronha, este apoio apenas aparece nas fotos para que a arma fique mais estável e não tombe para o lado durante a foto.

Este foi o ponto de apoio no segundo grupo e novamente com a arma apoiada na palma da minha mão que tal como no primeiro grupo ficou com as costas voltadas para baixo.

Neste caso o ponto de apoio dos grupos 3 e 4, foi entre os dois que já tinha experimentado, no terceiro grupo com a mão entre a arma e o saco e no quarto e último grupo, com a arma apenas apoiada no saco que é para mim a posição mais estável e em que menos tremo. No quarto grupo onde apenas apoiei no saco, o grupo é de 7 tiros porque o sexto tiro foi o grande flyer que se pode ver, por via das dúvidas voltei a repetir o sexto tiro para dissipar as dúvidas.

Como se pode ler nas legendas no próprio alvo, uso o rasgo do fuste como referência ao apoio da arma, considerando o início do rasgo o lado mais próximo do gatilho e o final do rasgo o lado mais próximo do cano.
Quando na primeira foto digo na legenda que apoiei a arma a meio do rasgo estou a apoiar a parte central do rasgo na parte central do saco mas que devido à largura do saco o final da coronha ainda está apoiada.


Este é o trabalhinho que tem de se fazer quando se escolhe o chumbo depois de revistos os apertos dos parafusos, do cano bem limpo e passados algumas dezenas de tiros. Em armas pouco potentes quase não se nota diferença mas à medida que a potência vai subindo estas experiência tornam-se mais relevantes porque quanto mais potente for a arma, mais técnica e conhecimento exige do atirador.

sábado, 16 de janeiro de 2021

A importância de escolher o chumbo

 Bem sei que para muita gente, ler é uma coisa chata e até preferem ver uns vídeos no YouTube mas em todas as plataformas se pode encontrar boa informação e informação de qualidade duvidosa. Esta não é seguramente a melhor do mundo mas de certeza que também está muito longe de ser informação apenas para agradar a marcas ou ao máximo de atiradores que por aqui passar, uma coisa é certa, eu não tenho jeito, nem material, nem paciência para fazer vídeos como os de muitos dos canais que gosto e sigo, como tal tenho este "cantinho" que penso dar para aprender alguma coisa desde que se tenha paciência para ler um bocadinho, pelo menos aqui sempre se pode ler aquilo que vou constatando sem a preocupação de querer agradar a gregos e troianos. 
Vamos lá então.

Hoje a minha amada HW50 fez um grupo tão bom com um chumbo mediano que eu nem queria acreditar.
Ela tem um fetichezinho por um lote de JSB Express que guardado só para ela mas como já não tenho muitos e o confinamento está novamente aí sem se saber bem por quanto tempo, fui até ao quintal tentar convencê-la a gostar também de outros chumbos que até tenho em maior quantidade, o certo é que passados dois ou três grupos faz-me um daqueles só ao alcance de PCP's de elite. Fiquei tão mas tão espantado que resolvi verificar se a coisa se repetia fazendo mais dois grupos, depois lembrei-me de os fazer também para comparar com a HW85 que pelo menos cá em casa ainda está longe de ter o estatuto da 50. O comparativo ou espécie de comparativo não se pode dizer que tenha sido justo ou feito segundo o método científico, a 50, a minha mais que tudo, tem uma mira que não sendo um primor, sempre é bem melhor que a mira que está na 85, a Hawke Varmint tem um retículo fininho, mais aumentos e um paralaxe melhor entre outras coisas mas estas são aquelas que mais se destacam aqui para esta espécie de comparativo em que a também Hawke Vantage 4x32 AO é metida ao barulho. Ok é sacanagem mas a precisão desta 50 merece uma mira melhor que a 85, vocês até podem achar que não mas "a bola é minha" por isso eu é que sei.😁😁
 Em primeiro lugar tenho de mostrar o espetacular grupo de 5 tiros que a 50 fez com um chumbo mediano, os Crossman Domed que estão muito longe de ser maus chumbos mas que também não se pode dizer que sejam dos melhores, até entraram um nadinha largos no cano mas quando por acaso se tiram os chumbos certos lá da lata dá nisto.

As pintas vermelhas mais a baixo serviram para regular a mira e por baixo da lata está um grupo parecido em tamanho com os dois outros que se veem mas um bocadinho fora da pinta vermelha.

Era bom que fizesse sempre isto não era?
Pois mas não faz



Este é um daqueles grupos que fica para a posteridade seja lá com que arma for, até podia ser com uma TX200 toda xpto mas foi com a minha 50 que está fartinha de me surpreender, esta foi só mais uma das vezes que voltou a marcar pontos.
Obviamente que grupos destes não se fazem porque se querem fazer, grupos destes saiem de vez em quando, como sei disso, aproveitei este grupo para mostrar ao pessoal que ainda dá os primeiros passos nisto do ar comprimido, que por vezes um excelente grupo com um determinado chumbo, não significa que a arma passe a ter de atirar preferencialmente com esse chumbo.
De seguida vamos ver o porquê deste post e mostrar com mais uma foto o quero dizer com esta conversa toda.


Todos os 4 grupos são de 5 tiros

A 85 não é propriamente a springer mais precisa do mundo, se calhar a 50 também não mas esta 50 é melhor que esta 85 até porque a 50 também já tem uns pozinhos que melhoram um bocadinho uma arma já de si muito mas mesmo muito boa. 
Nesta última foto percebe-se perfeitamente porque é que chamo mediano a um chumbo que fez um grupo deste tamanhito como se vê na segunda foto. O Crossman fez aquela maravilha mas a qualquer momento consegue estragar com um flyer, um agrupamento que até pode estar a ficar jeitoso o que nem foi o caso destes dois, mediano porque ainda tenho uma caixa do mesmo chumbo mas de um outro lote que quando disparado pela mesma arma só sai asneira o que verdade seja dita, não é nada que também não tenha já visto acontecer com alguns JSB por exemplo.
Nos dois grupos na vertical com a 85 em que após o primeiro fui dar uns clicks nas torretas e acabou por sair asneira no POI, (daí o preço de uma Hawke Vantage 4x32) estes acabaram por sair mais consistentes apesar da arma não ser tão precisa mas estar atirar com um chumbo de melhor qualidade.
Moral da história. Uma arma por vezes pode não ser assim tão boa com o chumbo errado ou então uma arma também pode não ser tão má se lhe dermos oportunidade de escolher o chumbo certo.
Isto não foi nenhuma descoberta do outro mundo, para dizer a verdade não foi descoberta absolutamente nenhuma mas por incrível que pareça nem todos sabem isto, outros até sabem mas teimam em desvalorizar. 
 
Asta la vista babys.
 

domingo, 10 de janeiro de 2021

Diana 27 de 1982 comparativo

O meu amigo António comprou mais duas relíquias para a sua coleção e pediu-me como de costume para lhes dar uma vista de olhos ou seja, fazer uma revisãozita.

As armas são, uma Diana 27 de 1982 e uma pequena arma de iniciação, a Diana 70 de 1980 que a seu tempo aqui será mostrada mais em pormenor, por esta altura, em Portugal as crianças ainda podiam pegar em armas de ar comprimido para um dia quem sabe, se tornarem bons atiradores, muitos até desportivos, pena que por esta altura em Portugal, as armas de qualidade para fins desportivos fossem raríssimas, já hoje em dia, as pessoas acham que se uma criança pegar numa destas armas, no futuro será certamente um serial killer, então o melhor é ir jogar à bola para ver se dali sai um Messi e estudar, bem estudar só se não tiver treinos, enfim, outros tempos, outros pais bem mais cultos... Que me desculpem os mais sensíveis, aqueles que não podem ouvir críticas a nada mas este blogue não tem como objetivo ser um pãozinho sem sal como muitos canais de YouTube, paginas de FB ou revistas, o que aqui escrevo não tem de ser politicamente correto nem tentar agradar a todos a fim de ter muitas visualizações ou tentar que alguém patrocine o blogue com material oferecido ou vendido mais barato para eu comprar com desconto, testar e vender. Aqui escrevo aquilo que vou constatando com a certeza que posso cometer erros de apreciação, erros que podem sempre ser rebatidos por qualquer um que por aqui passe e tenha opinião diferente ou até mais conhecimento que eu, pelo menos é assim que eu gosto de ler artigos sobre um qualquer produto, o que é bom é bom, o que é menos bom ou até mau deve ser dito e assim informar quem lê, obviamente que outros podem ter opinião diferente, se a tiverem ótimo, debatem-se ideias e opiniões, a isso chama-se liberdade de expressão em democracia. Mas deixemos este blá blá blá que já vai demasiado longo e voltemos ao que interessa aqui para o caso. 

Neste post pretendo mostrar o que valia uma Diana na década de 80 e que tão bom nome deu à marca cá em Portugal a ponto de ainda hoje muita gente se por em sentido quando ouve a palavra Diana. É claro que nem todas as armas desta como de muitas outras marcas têm a mesma qualidade até porque nem todas se destinam ao mesmo fim, sendo os preços nesta como noutras marcas, variáveis em função precisamente da qualidade e do fim a que se destinam, esta Diana 27 4,5 (.177) era e ainda continua a ser uma arma para muita coisa mas não para participar em competições desportivas, na década de 80 quem comprava uma arma destas era sobretudo para caçar uns passarinhos, fora isto punham-se umas caricas ou pedrinhas numa árvore e fazia-se tiro ao alvo, era assim que se dava uso a uma arma destas, claro que com esta arma se faziam brilharetes que não eram possíveis com as Flecha e Flober(s) que se traziam de Espanha às escondidas dos guardas da fronteira.

Apresentado que está o segmento desta Diana e a utilidade que lhe era dada, vamos às características mais relevantes desta senhora de quase 40 anos bem como as características das outras duas.

Diana 27

Comprimento total - 110,7cm

Comprimento do cano - 45,5cm

Peso - 2,945kg

Velocidade com JSB Exact 8.44 - 163,9 m/s

Potência - 7,3J

HW50V

Comprimento total - 110,9cm

Comprimento do cano - 46,5cm

Peso - 3,182Kg

Velocidade com JSB Exact 8,44 - 175,1m/s

Potência - 8,4J

Gamo 600 Sénior

Comprimento total - 108,5cm

Comprimento do cano - 45cm

Peso - 2,804Kg

Velocidade com JSB Exact 8,44 - 176,8m/s

Potência - 8,5J


Após limpeza e beneficiação dos seus componentes resolvi fazer um teste no quintal, coloquei uma mira Hawke 4X32 AO que não é propriamente a melhor mira para tiros de precisão mas é de longe uma mira bem melhor do que as que vulgarmente se compravam na década de 80 para a utilização que se dava a esta Diana 27. Como é normal, seguem as fotos do que fiz, e o que fiz não foi nenhum trabalho exaustivo, nem na manutenção nem na procura do projétil preferido ou do melhor agrupamento, como já disse, foi feita uma limpeza à arma, a mira é bem melhor do que as que usualmente se compravam para estas armas e os chumbos obviamente que os aqui experimentados também são melhores e alguns muito melhores que os vulgares chumbos que se compravam por aquela altura. O teste foi feito com o alvo a cerca de 18/19m com a arma apoiada apenas no fuste num saco de tiro cheio de arroz, a idéia não era acertar nas pintas vermelhas e perder a referência onde apontava, o retículo desta Hawke é um bocadinho grosso e com apenas 4X corria o risco de com 2 ou 3 acertos na pinta perder a referência para apontar, como tal o mais importante era os grupos ficarem próximos da pinta já que com diferentes chumbos também o ponto de impacto é diferente e não fazia sentido zerar a mira para todos os chumbos de cada vez que experimentava um chumbo.

Feito o que havia a fazer não resisti a fazer uma comparação direta com a minha velha HW50, 7 ou 8 anos mais velha já que segundo as minhas pesquisas pelo número de série no site da Weihrauch, segundo a marca esta 50 foi fabricada em 74/75. Penso que este comparativo faz todo o sentido já que as duas armas são bastante idênticas na potência, calibre, dimensões, idade e país de origem como mais à frente se pode comprovar. Como por esta altura o Pedro, um outro amigo me emprestou também uma espanhola Gamo 600 Sénior bem mais nova (1997) que as duas alemãs mas também ela com características dentro do mesmo segmento olha... Acabei por comparar 3 armas, todas elas à mesma distância, com os mesmos chumbos e a mesma mira, como curiosidade tenho de destacar que após verificar, nenhum dos 3 canos tem choke, onde o chumbo ficava mais apertado até era no início e não no fim do cano.

Vamos então às fotos começando obviamente pela Diana 27.


A Diana 27 com a Hawke 4X32AO

Não tinha quase sujidade nenhuma


Nesta foto é possível ver que a parte central do piston em chapa que nem unida com solda foi. Mecanicamente está muito longe de me satisfazer esta Diana

O piston depois de limpinho com a bucha de origem

Nesta altura ainda a Gamo não tinha chegado para fazer companhia e a HW50 ainda tinha em cima uma BSA 4X32 com ajuste de paralaxe, mais tarde foi retirada para que o comparativo se fizesse com a mesma mira. A Diana e cima e a Weihrauch em baixo.

Pesagem da Diana 27

Nas fotos da cronografagem, a velocidade está correta mas não a energia já que o cronógrafo estava configurado para o JSB Express e não para o Exact 8,44 que serviu para cronografar todas as armas 163.9m/s e 7,3J 

A HW50 revelou-se a mais gordinha do comparativo

Quase a mesma velocidade da Gamo

175.1m/s e 8,4J

A Gamo 600 a ser a mais leve deste comparativo

Se a Gamo no peso foi a mais leve, na potência foi a vencedora

176.8 m/s e 8,5J

Foi desta forma que as três atiraram aos alvos, nestas fotos falta o chumbo Crossman Domed que mais tarde se juntou aos outros para se dar a conhecer aos canos.

HW50V

Gamo 600 Sénior

Os vários grupos conseguidos com cada uma das carabinas e uma moeda de dois cêntimos com sensivelmente o mesmo tamanho dos pontos vermelho


A Diana a conseguir uma coisa que ainda que só ainda a HW50 aqui conseguiu também, colar tiros com o RWS Super Field, pode dizer-se que também não desgostou do JSB S100, um chumbo de cabeça plana

A HW50 mostrou claramente que gosta de chumbos JSB e facilmente se percebe que foi a arma que melhores agrupamentos conseguiu, esta como é minha conheço-a melhor e posso dizer que consegue grupos bem melhores com o JSB Express aqui testado mas também com nenhuma das três armas tive especiais cuidados no momento de puxar o gatilho, com o RWS Super Field fiz 6 tiros porque no final dos 5 tiros tinha um flyer ao 3º tiro e quis dar a oportunidade de fazer um excelente grupo o que acabou por não ser acontecer 

Esta Gamo 600 Sénior faz-me ficar ainda com mais pena de uma que tive, é que esta revelou-se um bocadinho esquisita com os chumbos, gostando apenas dos JSB S100, já a que eu tive, não sei se pelas mexidas que lhe fiz ou não, sei que era um regalo de Gamo, agrupava bem com vários chumbos e era até melhor que uma HW30 que também tive cá em casa comprada novinha para a minha piquena mandar uns balazios no qintal.

Conclusão, a Diana assim por alto já que os agrupamentos não estão medidos, rivaliza em resultados no alvo com a Gamo, os 15 anos de diferença da Diana parecem pesar numa arma com uma construção interior, mais frágil e mais complexa quando se pretende abrir, o piston tem um aspeto algo frágil e o gatilho tem sempre de se desmontar para abrir a arma o que faz com que fechar esta Diana seja uma tarefa bem mais complicada que nas duas outras, quem conhece minimamente as Diana sabe perfeitamente que os engenheiros da marca não primavam pela simplicidade dos mecanismos que projetavam.

A 50 é a mais velha, a que tem melhor precisão, a menos esquisita com os chumbos testados e de longe a mais bem construída, o gatilho é praticamente igual ao que ainda hoje se pode encontrar nas Weihrauch e o Record marca muitos pontos em relação às suas concorrentes, mesmo a empunhadura é melhor, sente-se bem o equilíbrio e o pouco peso a mais, no resto da construção também não se nota grande diferença para a 50 atual a não ser a estética da coronha e a massa de mira, óbvio que em qualquer uma das três marcas os canos têm choque nos dias de hoje.

A Gamo sendo uma arma muito idêntica a esta Diana em resultados, devo dizer que já tive uma igual, que fazia bem melhor e que me lembre, de diferente desta, tinha apenas a mola, talvez os 15 anos a menos tenham levado à evolução na qualidade da construção, tive uma El  Gamo 600 em 1985 que nunca abri mas do que me lembro, não tinha um tato pior que esta Diana.

Espero que tenham gostado, mais haveria a dizer e principalmente a mostrar no caso de abrir a Gamo e a Weihrauch para este comparativo mas como já as tinha aberto anteriormente ainda me lembro perfeitamente de como são e como se abrem e fecham. Podia também ter testado mais chumbos e é pena que não estejam aqui o HN FTT que por acaso não tenho neste momento, não acredito é que fossem estes chumbos a alterar muito o que aqui ficou demonstrado.

Em breve espero fazer aqui um pequeno teste de precisão com a Diana 70 porque tenho de devolver as armas ao dono, até já .

   




sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Weihrauch HW85

Ora aqui está uma arma de 2001 que já deixou de se fabricar, a precisar de uma boa limpeza e revisão.
A HW85 viu a luz do dia no ano de 1986 e deixou de se fabricar em 2017 é uma mistura de HW80 com HW95 que curiosamente chegou ao mundo no mesmo ano da HW85, o longo cano e a coronha são comuns à 80, a ação é da 95, o gatilho e as miras são basicamente iguais aos que se podem encontrar em todos os modelos de mola da Weihrauch, para ser mais preciso devo dizer que a roliça HW80 com piston de 30mm de diâmetro não cabe nesta "fatiota" feita para uma ação mais magra com piston de 26mm. Como se pode ver pelas fotos, esta arma com 19 aninhos não foi das mais bem tratadas que já vi mas também está muito mas muito longe das mais mal tratadas que os meus olhos também já viram, no entanto por baixo do pó existem alguns pontinhos de ferrugem e uns riscos na coronha que são para mim, uma mistura de rugas com cicatrizes e que se podem ver se olharmos mais de perto. Confesso que já nem me lembro exatamente dos balazios que mandei com ela assim que cá chegou mas lembro-me que não gostei nada do que vi, no entanto após a revisãozinha da praxe a coisa ficou bem melhor, ainda assim não me convence e não consegue para já igualar a jovem HW50 cá de casa por quem me perdi de amores. É claro que os quase 19j desta 85 são um pouco mais difíceis de domar que os quase 15j da 50, a 85 não pesa os 4kg de uma 80 mas também não tem apenas os 3.1 kg da 50, para ajudar à festa o longo cano de 50cms ajuda bastante para que esta seja a sringer da marca mais comprida embora não a mais pesada, aqui estão três quilos e meio de arma, mais 100g que uma 95 em 1,165m o que faz com que não seja propriamente a melhor arma para passear no campo, parecendo que não mas os 400g e os 20cm a mais que uma HW50 fazem uma diferença assustadora passados uns minutos agarrada às nossas mão. No caso de não ficar como espero que fique, não descarto a hipótese de comprar um cano de uma 95.
Bem, com este post não pretendo fazer aqui um excelente review ou comparativo com qualquer das armas que aqui mencionei mas com este texto auxiliado pelas habituais fotos penso que fica apresentada a carabina que não sendo talvez a mais indicada para algum tipo de competição, é seguramente uma arma acima da média que com mais uns carinhos irá seguramente ficar menos sensível e deixar de fazer os irritantes flyers que tão frequentemente está a fazer.  


 
Vista pormenorizada do pó que tinha em cima
 
Numa revisão bem feita desmontam-se todas as peças e substitui-se o que é preciso

 
Gatilho desmontado pronto para um bom lefting


A bucha e o o-ring do cano obviamente tiveram de ser trocados

 
A nova e a velha

Aqui tal como na foto anterior podem ver-se umas limalhas espetadas o que não é assim tão anormal

 
Sem dúvida, uma bonita arma


 

Pronta para os primeiros e únicos até agora testes mais a sério

Hawke 6-24X44SF que tantas alegrias já me deu

Aqui a testar um monte de amostras de HN Baracuda Match em 4,51 e meia duzia de FTT também em 4,51

Aqui já com uns Exact 8,44